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“RECADO” DO XVII CONGRESSO BRASILEIRO DE ARBORIZAÇÃO URBANA
Como o único participante da Prefeitura de Belo Horizonte – MG, no XVII Congresso Brasileiro de Arborização Urbana, realizado na Cidade de Palmas - TO, no período de 11 a 14/11/13, sinto-me na obrigação de comunicar, aos associados da SMEA, o “Recado” do mencionado Congresso. O tema central do evento e a tônica de todos os debates foi a arborização urbana, como instrumento de política pública capaz de tornar as cidades sustentáveis. Respaldados na Constituição Brasileira de 1988 e no Estatuto das Cidades de 2001, os governantes dos municípios têm a obrigação de implementar o Plano Diretor de Arborização Urbana, como forma de estabelecer uma política sólida para atingir os objetivos colimados. Entretanto, o Plano Diretor deverá ser elaborado por Engenheiros Agrônomos, Florestais, Civis, Eletricistas, assim como Arquitetos e Biólogos, que detém conhecimento da matéria. Muitas cidades brasileiras cometeram equívocos quando da implantação da arborização como Belo Horizonte, por exemplo, que plantou Fícus em plena Avenida Afonso Pena. Entretanto, essa arborização foi executada há 80 anos, época em que a arborização Brasileira não dispunha da refinada tecnologia atual. Assim, diante do progresso da arborização brasileira, não se concebe a arborização da Cidade de Palmas - cidade planejada em pleno século XXI, inaugurada em 1989, com os seguintes erros primários: · Tendo sido comunicado ao Gestor da arborização que a cidade teria o nome de Palmas, foi o suficiente para que fossem plantadas palmeiras em toda a cidade. Como se sabe, o conforto térmico ideal para o ser humano é de 27°C e umidade relativa de 70%. Em Palmas, nos meses de agosto a outubro, a temperatura atinge 50°C e a umidade relativa chega a 10%. Esperava-se o plantio de espécies de grande porte, com copas expressivas e frondosas, já que palmeiras não oferecem conforto térmico, além de exigirem manutenção onerosa. · Nos canteiros centrais e estacionamentos, foi plantada a espécie Jamelão (Syzygium cumini). São árvores que podem chegar a 10m de altura, possuindo frutos pequenos e arroxeados, quando maduros. A coloração dos frutos provoca manchas nas mãos, nas roupas, além de sujar a pintura de veículos, não sendo, portanto, indicada para arborização urbana. Deveria ser priorizada outra espécie, de preferência nativa e com outros atributos, e não exótica - como é o caso do Jamelão. · Outro erro primário é a arborização de canteiros centrais em detrimento da arborização em calçadas. Observa-se que os canteiros centrais dos grandes eixos viários, normalmente largos, citando-se a Avenida Teotônio Segurado, que apresenta 150m de largura e canteiro central de 10m, foram arborizados. Por outro lado, as calçadas, com 5 a 10m de largura, por onde transitam prioritariamente os pedestres, não foram arborizadas. · A arborização de rotatórias, com espécies de grande porte, que dificultam a visão dos motoristas, é outro problema. Nesta realidade, para que haja uma política pública municipal de qualidade, o Gestor deverá valer-se dos conhecimentos de Engenheiros Agrônomos, Florestais, Civis, Eletricistas, assim como Arquitetos e Biólogos. Este foi o “Recado” do Congresso. Sabiamente, a Diretoria da Sociedade Brasileira Arborização Urbana – SBAU escolheu as cidades de Rio de Janeiro e São Paulo para a realização dos Congressos de 2014 e 2015, respectivamente. Espera-se que nesses grandes centros urbanos, de enorme poder de decisão, o “Recado” de Palmas se transforme em significativo eco, capaz de sensibilizar a opinião pública e os gestores municipais da arborização urbana. |
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