De acordo com os resultados apresentados na Mesa-Redonda Nacional, os dois projetos concluídos – o Dom Hélder Câmara e o Gente de Valor – têm mostrado bons resultados em termos de gestão da água, melhorias de produtividade, empoderamento dos beneficiários e melhoria das suas capacidades para influenciar a alocação de recursos, e envolvimento de mulheres, jovens rurais e quilombolas em atividades de desenvolvimento.
“O FIDA está plenamente empenhado em continuar a apoiar o grande esforço do Brasil para combater a pobreza rural, que, ao longo dos últimos anos já foi reduzida pela metade”, disse a vice-presidente associada do Departamento de Serviços Corporativos do FIDA, Lakshmi Menon. “O Brasil é o nosso maior e, em muitos sentidos, o mais emblemático programa na região. E vai continuar assim”, acrescentou.
A avaliação faz uma série de recomendações ao FIDA. Entre elas, dedicar mais esforços no diálogo político nacional e aumentar iniciativas com a cooperação Sul-Sul e Triangular. “Deve haver um melhor equilíbrio entre os empréstimos e atividades não creditícias nos futuros projetos, e maior cooperação em particular com aOrganização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA) e outros parceiros de desenvolvimento que trabalham no setor agrícola e rural no país”, disse o diretor do IOE, Oscar A. Garcia.
Investimento adicional de 50 milhões de dólares
A avaliação concluiu que o desempenho melhorou desde 2007, quando o IOE realizou sua última avaliação do programa no Brasil. A avaliação considera que o FIDA financiou seis novos projetos no país desde 2008, com foco na promoção da transformação rural sustentável e inclusiva através da agricultura familiar na região Nordeste, que estão nas suas fases iniciais de implementação.
A análise destaca a necessidade de consolidação das atividades – inclusive com foco em eficiência operacional, a sustentabilidade dos benefícios, e monitoramento e avaliação – para garantir os resultados desejados e melhorias em matéria de segurança alimentar e de subsistência.
“Prevemos 50 milhões de dólares de investimento adicional no Brasil ao longo dos próximos três anos. Isto irá permitir-nos reforçar o impacto da nossa carteira de projetos, com base nas lições aprendidas com o relatório do IOE “, o diretor da FIDA para a América Latina e o Caribe, Joaquín Lozano.
O FIDA tem construído uma parceria forte e útil com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, o Ministério do Desenvolvimento Agrário, e os governos estaduais e a sociedade civil.
“Porém, precisamos aprofundar o envolvimento com o setor privado para o FIDA aumentar a sua visibilidade no Brasil e para facilitar ainda mais a intensificação da inovação bem-sucedida para um melhor impacto”, disse Ashwani K. Muthoo, vice-diretor do IOE e analista-líder do Programa de Avaliação do Brasil.
As recomendações foram examinadas hoje em Brasília por representantes do Governo Federal do Brasil e outras partes interessadas no interior do país, tais como governos estaduais, prefeituras e organizações da sociedade civil.
A Mesa-Redonda Nacional foi coorganizada pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão do Governo do Brasil e o Escritório Independente de Avaliação do FIDA, com apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário. As conclusões do seminário serão levadas em conta para a preparação da nova estratégia do FIDA para o Brasil, que deve estar pronta para entrar em vigor durante o primeiro trimestre de 2016.
Informações gerais
O Brasil tem o maior portfólio de operações apoiados pelo FIDA na América Latina e região do Caribe. Desde 1980 o FIDA forneceu 11 empréstimos (no montante de 259 milhões de dólares) para um portfólio de projetos com um custo total de 830 milhões de dólares. Financiamento do FIDA tem aproveitado uma quantidade importante de financiamento de contrapartida nacional (377 milhões de dólares).
As atividades de investimento do FIDA estão concentradas no nordeste do país, que tem altas taxas de pobreza rural e escassez de água e seca severas em comparação com outras áreas do país. Os participantes dos projetos consistem principalmente de agricultores familiares, assentados da reforma agrária e comunidades tradicionais.
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