O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, está negociando com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento a compra de feijão, pelo Governo Federal, em socorro aos produtores paranaenses. Os produtores estão amargando, desde dezembro do ano passado, perdas de quase 20% nos preços, em relação ao preço mínimo para o produto.
Nesta terça-feira (4), Norberto Ortigara conversou com o secretário nacional de Agricultura Familiar, Valter Bianchini, que sinalizou a possibilidade de atender ao pleito para apoiar os agricultores familiares que estão enfrentando dificuldades na comercialização do feijão. A medida poderá ser anunciada na próxima quinta-feira (06), quando Bianchini visita o Show Rural, em Cascavel.
Inicialmente poderão ser compradas 30 mil toneladas de feijão no Paraná, com limite de até 100 sacas por agricultor familiar. As compras serão feitas via Aquisição do Governo Federal (AGF), instrumento da Companhia Nacional de Abastecimento que compra a produção, com recursos federais, para amparar o produtor rural e equilibrar o mercado.
Ortigara está negociando, também junto ao ministério da Agricultura, a possibilidade de ampliar a compra e incluir o médio agricultor que, igualmente, está enfrentando a mesma dificuldade. O secretário estadual chegou a enviar um ofício ao ministério para compra de 90 mil toneladas de feijão no Paraná com limite de até 2.000 sacas por produtor.
“A medida visa garantir o abastecimento e a estabilidade da produção no Paraná, que é o primeiro produtor de feijão do País e portanto dita os preços do produto no mercado nacional”disse Ortigara.
EXPANSÃO DE PLANTIO - Segundo ele, pesquisa de campo realizada pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, que acompanha a evolução das lavouras apontou, no final do mês passado, que houve uma expansão no plantio de feijão da segunda safra no Paraná. A área deve chegar a 270 mil hectares, com produção estimada em 518 mil toneladas.
“Com esse resultado, foi necessário encaminhar novo pedido ao governo federal como forma de garantir a produção e o abastecimento normal de feijão no período de inverno, quando tem mais consumo do produto na mesa dos brasileiros”, justificou.
Ortigara alerta que se nenhuma medida for adotada os preços do feijão devem continuar caindo e vai desestimular o produtor que está plantando a segunda safra no Estado. “Existe até a possibilidade de os produtores reduzirem a área prevista para ser plantada nessa segunda safra, o que deverá causar reflexos no abastecimento do produto entre os meses de maio e junho, justamente quando começa a aumentar o consumo devido ao período mais frio do ano”.
A iniciativa atende pedidos de entidades que representam os produtores de feijão no Estado como Federação da Agricultura no Estado do Paraná (Faep), Organização das Cooperativas no Estado do Paraná (Ocepar) e Federação dos Trabalhadores Rurais na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep).
PREÇOS EM QUEDA - O Paraná é o primeiro produtor de feijão do Paraná, com uma produção estimada em 953,8 mil toneladas do produto entre a primeira e segunda safra. De acordo com o Deral, o aumento expressivo da oferta está se refletindo nos preços do grão para o feijão de cor ou carioca.
Desde dezembro, os preços estão em queda. O preço médio do mês de janeiro para o feijão de cor foi de R$ 76,18 a saca com 60 quilos - o que correspondeu a uma queda de 19,8% em relação ao preço mínimo de garantia estabelecido pelo governo federal que é de R$ 95,00 a saca.
Os produtores estão enfrentando dificuldades para vender a primeira safra. Cerca de 50% da safra prevista em 434,1 mil toneladas nesse período, apenas 39% foi vendida, considerando a pressão de oferta e os preços em queda.
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