BRASÍLIA (Reuters) - A taxa de juros do Plano Safra 2015/2016 do governo federal vai subir por determinação da equipe econômica para um nível a ser negociado entre os ministérios da Fazenda e da Agricultura, afirmou à Reuters uma fonte do governo que acompanha o tema.
"A ministra (da Agricultura, Kátia Abreu) já foi avisada que não há como manter a taxa atual", disse a fonte.
A taxa média de juros do Plano Safra 2014/2015 em vigor é de 6,5 por cento, 1 ponto percentual acima do praticado nas linhas de crédito da temporada anterior.
De acordo com a fonte, que falou em condição de anonimato, o Ministério da Agricultura já está informado de que não há como manter os encargos no nível em que estão e que haverá um encarecimento dos custos financeiros.
O aumento dos juros para o setor agrícola ocorrerá em linha com a orientação da nova equipe econômica de reduzir o crédito subsidiado na economia. Ocorrerá na sequência do aumento feito em dezembro das taxas de juros das linhas de crédito do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), operacionalizado pelo BNDES.
Além disso, desde outubro a taxa básica de juros (Selic) está subindo.
A ministra Kátia Abreu quer acelerar a negociação com a área econômica sobre os encargos financeiros e definir o montante do crédito da próxima temporada a fim de anunciar o Plano Safra 2015/2016 antes do período tradicional, entre maio e junho, disse a fonte.
Representantes do setor rural sempre reivindicam antecedência no anúncio para melhor planejamento da próxima safra.
O Plano Safra em vigor previu financiamentos de 156,7 bilhões de reais, 14,7 por cento acima do volume do ano safra anterior.
A negociação sobre o aumento da taxa média de juros do Plano Safra ocorre em meio a um duro ajuste fiscal adotado pelo governo para reequilibrar as contas públicas e fazer o setor público registrar superávit primário (economia de gasto para o pagamento dos juros da dívida pública).
O ajuste é baseado em aumento de tributos, revisão de desonerações, corte de gasto, mudanças de regras de benefícios previdenciários e trabalhistas, fim dos repasses do Tesouro Nacional para bancos públicos e redução de crédito subsidiado.
Nesta quinta-feira, estava marcada reunião entre os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e da Agricultura, Kátia Abreu, que acabou não se realizando.
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