Representantes do governo, de produtores rurais, assistentes técnicos e parlamentares comemoraram na quarta-feira (29) a criação de Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural. O tema foi debatido em audiência pública da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural. A nova agência deve ser anunciada pela presidente Dilma Rousseff em 6 de junho, junto com o Plano Safra 2013/2014.
“Essa entidade deve fazer com que o conhecimento gerado chegue para o conjunto da agricultura brasileira. Ela vai trabalhar com agricultura familiar, mas vai trabalhar também com as outras categorias de agricultores”, afirmou o diretor do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Argileu Martins.
O coordenador da Frente Parlamentar da Assistência Técnica e Rural, deputado Bohn Gass (PT-RS), defendeu que o novo órgão se preocupe com melhorias técnicas no campo e também em atividades não necessariamente agrícolas como a industrialização dos produtos cultivados.
“Precisamos integrar esse serviço com os milhões de agricultores no Brasil para eles terem acompanhamento na gestão, produção, geração de renda, industrialização e comercialização para atividades rurais agrícolas e não agrícolas”, afirmou o parlamentar.
Já o deputado Padre João (PT-MG) defendeu que o novo órgão priorize a agricultura sustentável e dê maior atenção aos pequenos produtores rurais. “Na agricultura familiar a forma de produção tem sido mais respeitosa com a terra, a água, a mata e a superação no uso dos agrotóxicos”, disse.
Produtividade
De acordo com Argileu Martins, do MDA, os agricultores acompanhados por profissionais de assistência técnica têm produtividade três vezes maior que aqueles sem o conhecimento da extensão rural. Para Martins, a agência poderá melhorar a renda dos produtores rurais. De acordo com o último censo agropecuário feito em 2006, citado pelo diretor, cerca de 9% dos agricultores rurais plantam apenas para subsistir, sem geração de renda. Entre os agricultores familiares o número sobe para 11%. Hoje em dia, segundo cálculos do governo, há 4,3 milhões de agricultores familiares no País.
Representantes dos trabalhadores rurais cobraram mais participação nas decisões do novo órgão e sugeriram composição tripartite, com governo, produtores rurais e assistentes técnicos. “A agência tem de ter gestão com governo, usuários e prestadores de serviços para ter a melhor qualidade possível”, disse o secretário de política agrícola da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Antônio Rovaris.
Fonte:CNA-SENAR
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