Fruto de uma guerra de facções peemedebistas, o embate custou também o cargo de Lages, cujos contratos celebrados quando no comando da Ceasa estão sob investigação do Ministério Público. O ministro informou ao jornal O Estado de S. Paulo que os dois foram afastados por 60 dias até que uma auditoria nos contratos seja concluída.
Andrade não gostou que Marcos Lima, ex-deputado federal pelo PMDB, tenha colaborado, a partir de maio, com o Ministério Público, que apura irregularidades em contratos de ao menos R$ 6 milhões. "Ele vazou informações que deveria comunicar ao Conselho (de Administração da Ceasa). Ele não deveria fazer auditoria", queixou-se o ministro.
No cargo há quatro meses, Lima foi indicado para a Ceasa pelo deputado federal Newton Cardoso (PMDB-MG), que disputa com o ministro hegemonia no PMDB mineiro. Ele substituiu Lages, aliado de Andrade, e aumentou o racha no partido ao levar as informações sobre contratos celebrados pelo secretário na Ceasa.
O afastamento foi comunicado a Lima no último dia 2, durante reunião do Conselho de Administração da Ceasa. Na véspera, ele havia levado documentos ao MP. O jornal apurou que, antes de sair, o secretário exigiu do ministro que também retirasse o denunciante da Ceasa. Lima reclama de retaliação e diz que o aprofundamento de contratos e pagamentos que classifica como "estranhos", feitos pelo antecessor, dependerá das investigações.
Lages foi exonerado nesta quarta, "a pedido", segundo a Agricultura. Durante um evento pela manhã, o ministro afirmou que em 60 dias as apurações do MP devem "confirmar a inocência" do aliado.
O ministro também exonerou nesta quarta o secretário de Defesa Agropecuária, Ênio Marques, mas não justificou o motivo da saída, em comunicado enviado à imprensa. Para substituí-lo, foi encolhido o advogado Rodrigo Figueiredo. Segundo Andrade, Ênio é um grande colaborador e continuará tendo influência na gestão: "Será um assessor direto meu, pois o Brasil precisa do Ênio".
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http://atarde.uol.com.br/politica/materias/1525909-denuncias-provoc...
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