Origem do solo conhecido como terra preta de índio está associada a antigas ocupações indígenas pré-colombianas. Extremamente fértil e rico em carvão assunto tem fascinado cientistas

No mês de dezembro comemorou-se o Dia Mundial do Solo, a data celebra a importância do solo como componente fundamental da natureza e parte vital do bem estar humano, pela sua contribuição para a alimentação e fornecimento de água, assim como mitigador da perda de biodiversidade e mudança climática.

Um dos assuntos que mais tem fascinado os cientistas que pesquisam o solo é o biocarvão. Esse interesse vem da descoberta das "terras pretas de índio", um solo encontrado na Amazônia extremamente fértil e rico em carvão, o que, de acordo com pesquisas recentes, explicaria a alta fertilidade dessa terra. Sua origem está associada a antigas ocupações indígenas pré-colombianas, identificadas por fragmentos de cerâmica, ossos e outros vestígios.

Presença do biocarvão no solo ajuda a aumentar a produtividade das lavouras e a economizar fertilizantes

O desafio é tentar recriar um solo com características similares às da terra preta de índio. "O interesse em reproduzir a terra preta de índio em laboratório se baseia em sua fertilidade e capacidade de reter carbono, mitigando as emissões humanas e o consequente e indesejado efeito estufa", diz o pesquisador da Embrapa Solos (Rio de Janeiro) Etelvino Novotny. O biocarvão é produzido pelo aquecimento de biomassa na ausência de oxigênio ou com baixos teores desse gás – processo conhecido como pirólise.

A presença do biocarvão no solo, em doses adequadas, ajuda não só a aumentar a produtividade das lavouras, mas também a economizar fertilizantes. A aplicação do material pode ainda reduzir as emissões de outros gases, como o óxido nitroso, que tem potencial cerca de 300 vezes maior que o do gás carbônico para intensificar o efeito estufa.

No Brasil, a Embrapa coordena uma Rede Nacional de Pesquisas do Biocarvão, envolvendo 18 de seus centros de pesquisa, além de universidades e empresas nacionais e estrangeiras. Essa rede estuda a viabilidade de produção do biocarvão a partir de variados resíduos agroindustriais e realiza testes agronômicos em diferentes culturas, como soja, arroz, eucalipto, feijão e outras.

Fonte

Portal Dia de Campo

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