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Foi lançada no dia 26 de novembro de 2015 uma plataforma virtual que disponibilizará mapas, informações e estatísticas sobre os biomas terrestres brasileiros. Trata-se do MapBiomas, um projeto realizado por uma rede composta por empresas, universidades e organizações não-governamentais.
A ideia surgiu em março de 2015, durante uma reunião do Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa (SEEG), a partir da qual um grupo de cientistas começou a dialogar sobre as possibilidades de mapeamento da vegetação brasileira. Em questão de meses eles firmaram uma parceria com o Google para utilizar a ferramenta Google Earth Engine para o processamento de imagens e dados e desenvolveram a plataforma.
“A região amazônica, por exemplo, é bem estudada. Há vários dados governamentais e do terceiro setor sobre ela, e isso tem sido fundamental para entender mais sobre que se passa lá”, explica Carlos Souza, coordenador técnico científico do MapBiomas e pesquisador senior do Imazon, em entrevista à Revista Galileu. “Isso tem sido fundamental para conseguirmos pautar políticas públicas.”
O controle dos níveis de desmatamento na região amazônica, por exemplo, está relacionado com a grande quantidade de dados e informações sobre o que ocorre por lá. No entanto, o mesmo não se aplica a outros biomas. O objetivo do MapBiomas é justamente preencher essa lacuna. “O mais importante é que tudo que produzimos, mapas, estatísticas e dados, são todo de domínio público”, diz Souza.
A plataforma conta com cerca de 72 especialistas dos seis biomas e três temas transversais que pretende abordar: amazônia, caatinga, cerrado, mata atlântica, pantanal, pampas, pastagens, agricultura e zona costeira, respectivamente. A intenção é que a rede de colaboradores cresça e mais aspectos sejam abordados – como a água, o que seria essencial para o momento atual do Rio Doce, causado pelo rompimento das barragens da Samarco em Minas Gerais.
Os pesquisadores contam com o Google Earth Engine, plataforma do Google que, por meio de satélites, coleta imagens e as disponibiliza para visualização e análise científica. Na primeira fase do projeto, os cientistas pretendem analisar as mudanças ocorridas nos biomas entre 2008 e 2015. No geral, eles estudarão o que ocorreu entre 1985 e 2015. Com essas informações, será possível entender como atividades como exploração dos recursos naturais, agricultura, pecuária a expansão das cidades afetam a cobertura do solo, o regime das chuvas, as emissões dos gases do efeito estufa e alterou as paisagens.
FONTE
Revista Galileu
Izabela Moreira