A Bolsa de Valores Ambientais do Rio de Janeiro (BVRio) vai receber o título de Líder de Ação Climática da Rede de Regiões para a Ação Climática (R20), em reconhecimento ao trabalho de desenvolvimento de mercados ambientais apresentado nos últimos anos. A organização não governamental (ONG) R20 foi criada em 2010 pelo ator Arnold Schwarzenegger, quando era governador do estado norte-americano da Califórnia. Seu objetivo é ajudar governos regionais de todo o mundo na implementação de projetos que tenham como foco o desenvolvimento sustentável e o combate às mudanças climáticas. O governo fluminense aderiu à R20 no ano passado.
A premiação foi recebida com "satisfação e surpresa", pelo diretor da BVRio e presidente da Plataforma de Negociação de Ativos Ambientais da Bolsa (BVTrade), Maurício Moura Costa. Ele receberá o prêmio nos dias 11 e 12 de outubro de 2014, em Paris (França), durante a Cúpula Mundial de Governos Regionais para o Clima, organizada pela R20.
Costa disse ontem (07/10/14) à Agência Brasil que a R20 atua com interlocutor de governos regionais e de comunidades de negócios dessas regiões e estados, sejam elas financeiras ou de empreendedorismo. "No final das contas, o objetivo que eles têm é fazer a ligação entre os setores financeiros, empreendedores, empresas e governos regionais para a implementação de políticas de combate às mudanças climáticas.
Foi nesse âmbito que o nome da BVRio surgiu entre as lideranças que estariam fazendo ações inovadoras no Rio de Janeiro", manifestou. A R20 trabalha com mais de 560 governos subnacionais, o setor privado relacionado a tecnologias de baixo carbono, investidores, instituições filantrópicas, ONGs e o setor acadêmico.
Durante a cúpula, em Paris, serão debatidos temas que vão pautar a próxima Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 21), que ocorrerá na capital francesa em 2015. "Será um aquecimento para a COP do ano que vem", definiu Costa. "O objetivo é conseguir os posicionamentos tanto de governos regionais, como do setor privado, como uma forma de tentar pautar o que vai ser discutido na COP de Paris".
A BVRio trabalha no mercado do setor florestal, com a regularização de imóveis rurais, e também no mercado relacionado a resíduos sólidos, para dar cumprimento à Política Nacional de Resíduos Sólidos, que determina, entre outras medidas, que todos os lixões do país sejam fechados. Em outras frentes, a Bolsa de Valores Ambiental desenvolveu uma plataforma digital para que a Fundação Getulio Vargas (FGV) de São Paulo fizesse uma simulação de mercados de carbono com grandes empresas. "São iniciativas diferentes, inovadoras".
Para 2015, a BVRio pretende consolidar esses dois mercados que estão estruturados e necessitam elevar os volumes de negócios para poder impactar as políticas públicas florestal e de resíduos. Maurício Moura Costa adiantou que outro foco de interesse no próximo ano é tentar promover o mercado de commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional) ambientais. Há, segundo ele, um grande esforço efetuado por diversos atores para que a produção de commodities tenha um viés de sustentabilidade.
Costa disse que esses nichos de produção, que incluem commodities como soja, açúcar, cacau, madeira, entre outras, ainda são incipientes em termos de sustentabilidade. "A gente acha que pode contribuir para que esses mercados se desenvolvam e passem de mercados do tipo especificidades para mercados mais amplos que atendam a uma quantidade maior de demandas".
A Bolsa de Valores Ambientais BVRio é uma instituição de abrangência nacional, criada em 2011 em parceria entre os setores empresarial, público e terceiro setor, dentro da visão de que mecanismos de mercado são instrumentos eficientes de execução de políticas públicas ambientais e de desenvolvimento sustentável. Por meio da plataforma BVTrade, a chamada Bolsa Verde apoia o desenvolvimento de mercados ambientais em todo o Brasil. Por meio da BVRio, por exemplo, produtores e proprietários rurais podem ganhar dinheiro preservando a vegetação nativa de seus imóveis, entre outros projetos.
FONTE
Agência Brasil
Alana Gandra - Repórter
Fábio Massalli - Editor
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