Por longos anos, a produção cafeeira constituiu a base da pauta de exportações brasileira, tornando possível a formação de reservas internacionais que viabilizaram a modernização do país |
Por longos anos, a produção cafeeira constituiu a base da pauta de exportações brasileira, tornando possível a formação de reservas internacionais que viabilizaram a modernização do país. Além de seu papel na formação econômica nacional, a cultura cafeeira contribuiu para a evolução do mercado de trabalho no país. Seu papel socioeconômico é, pois, inegável. O café segue tendo grande relevância para a nação brasileira, sendo responsável pela geração de divisas da ordem de US$ 6,5 bilhões anuais e pela criação de aproximadamente quatro milhões de empregos diretos e indiretos no campo e nas cidades. O Brasil é o maior produtor e exportador de café e o segundo consumidor mundial do produto. Em 2012 foram produzidas 50,8 milhões de sacas, das quais 28,3 milhões foram destinadas à exportação. Minas Gerais é o maior produtor de café do Brasil, ocupando também o posto de maior exportador do produto no país. A cada três cafés brasileiros degustados mundo afora, dois foram produzidos em uma das 104 mil propriedades cafeicultoras do Estado. Uma cadeia produtiva que emprega cerca de 2 milhões de pessoas em aproximadamente 600 municípios mineiros. Completa este quadro de dificuldades o alto custo Brasil de armazenamento, transporte e embarque Fazendo jus à tradição e magnitude da cafeicultura em Minas Gerais, de hoje até sexta-feira, 13 de setembro, a capital do Estado, Belo Horizonte, se transformará também na capital mundial do café. A cidade será palco neste período da Semana Internacional do Café, que abrigará de forma inédita uma reunião da Organização Internacional do Café, a OIC, no ano em que a entidade comemora seu cinquentenário. Além disso, o evento sediará o "Espaço Café Brasil", maior Feira voltada para o agronegócio do café na América Latina, e promoverá visitas técnicas às tradicionais regiões cafeeiras de Minas. Outro ponto alto deste evento será o 3º Fórum sobre Financiamento do Setor Cafeeiro - debate que muito nos interessa, face à crise enfrentada atualmente pela cafeicultura e à sua instabilidade sazonal. Diante da importância do agronegócio do café, que irriga a economia de centenas de municípios mineiros, tenho defendido a necessidade de elevação do preço mínimo a um valor de pelo menos R$ 350,00 por saca, sob pena de nossos produtores não conseguirem sequer cobrir seus custos de produção. A safra do café neste ano sofre com a diminuição da demanda mundial e com a desvalorização do real, que tem efeito relativo para exportadores, já que agosto terminou com a cotação do café brasileiro em queda nas bolsas de valores de Nova York e de Londres. Para completar este quadro de dificuldades, permanece inalterado o alto custo Brasil de armazenamento, transporte e embarque. Muitos países avançaram, pela propaganda inclusive, neste território que deveria ser nosso. Temos de demonstrar de modo cabal, lá fora e aqui dentro, onde cresce a demanda pelos cafés premium e gourmet, a superioridade do nosso produto.
Assim, agimos para garantir que o agronegócio do café continue a gerar prosperidade e bem-estar não só para os mineiros, mas também além das nossas montanhas. A realização da Semana Internacional do Café - que reunirá delegados da OIC de aproximadamente 70 países, além dos principais produtores, especialistas e autoridades da cafeicultura nacional e mundial - será um momento ímpar para tratarmos da sustentabilidade desse setor tão importante para o desenvolvimento econômico e social do país. De preferência compartilhando e degustando um "cafezinho", com seu sabor robusto e inigualável. Antonio Anastasia é governador do Estado de Minas Gerais Fonte CNA-SENAR |
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"Não se pode resolver os problemas utilizando o mesmo tipo de pensamento que usamos quando os criamos".
Esta citação é de Albert Einstein e, não me canso de citá-la quando o assunto é esta tão vilipendiada 'sustentabilidade'. A palavra virou uma espécie de panaceia para todos os males. Uma análise apurada de evolução de custos aliada a uma análise das questões ecológicas e termodinâmicas destes sistemas mostra que estão a jogar palavras ao vento.
A maioria dos políticos gosta de palanque. Na realidade, quanto mais confusão, me parece que fica melhor. Para a agropecuária em geral, se conseguirem todas as reivindicações do momento, será só adiar a próxima crise, que virá, tão logo os efeitos do pacote de socorro deixe de ser sentido.
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