Para onde quer que você caminhe no sítio Cantinho do Morango, o aroma da fruta te acompanha. Grande parte dos cinco hectares que compõem a propriedade, localizada no Assentamento Betinho, em Brazlândia (DF), é dedicado ao cultivo do fruto. A colheita, este ano, começou cedo. Mensalmente, mais de 100 caixas – cada uma com quatro bandejas de morango – são comercializadas pela família.


Mas que família? Melhor contar a história do começo. Até porque nem sempre foi assim…

Mariana Maria de Jesus tem 26 anos. Jovem e estudiosa, a morena de longos cabelos negros trabalhava para ajudar a mãe no sustento da casa. Afinal, Mari, como é chamada por alguns amigos da faculdade, tem oito irmãos. “Sou a mais velha e sempre ajudei minha mãe nos trabalhos fora de casa, até para ter um dinheiro a mais. Nós trabalhávamos para alguns vizinhos nossos e recebíamos R$ 20 por dia, cada uma”, conta.

O ofício das duas era em plantações de morango, o carro-chefe da região. Até que a mãe de Mariana, dona Noilde de Jesus, tomou uma decisão que mudou o rumo da família. “Ela se juntou conosco e perguntou se podíamos ajudá-la a cultivar o morango aqui na propriedade. Meu irmão até questionou sobre a falta de recursos, mas ela disse que daria um jeito. E deu”, lembra Mariana.

Foi então que Noilde procurou a Emater/DF para saber como poderia estruturar sua propriedade. “Ela acessou o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, o Pronaf Mulher, pegou R$ 5 mil e começamos a plantar. Daí em diante, nós deslanchamos. Ela pegou outros créditos rurais e até comprou uma picape para podermos levar a produção para as feiras”.

A garra da mãe inspirou Mariana. Casada há oito meses, ela ajuda na criação dos irmãos mais novos, faz faculdade de Agroecologia, tem sua própria plantação de morango no sítio e ainda aguenta baladas. “Sou uma jovem normal, como qualquer outra, com a diferença de que sou agricultora. Não saio tanto, mas quando acho que a festa é pra mim, eu vou. Dessas coisas que as jovens gostam, a única que eu não tenho paciência é pra fazer maquiagem, demora demais”, afirma aos risos.

Mariana está decidida: vai continuar no campo. O pontapé para a permanência foi dado em abril deste ano [2015], quando a jovem comprou 10 mil mudas de morango. A primeira colheita foi feita em julho e já começou a dar resultados. “A primeira colheita rendeu 30 caixas, a segunda vai encher umas 100 caixas. Essas mudas vão durar até o ano que vem, então vai ser muito bom pra mim”, diz Mariana, que vende cada caixa por R$ 9.

A permanência no campo é uma certeza para Mariana. A vontade da garota é ter seu próprio terreno, mas enquanto não consegue comprar sua propriedade, vai continuar produzindo na chácara da família. “Eu tenho meus planos e não vou desistir. Lutamos tanto para conseguir isso aqui. Não vou largar o campo jamais!”, garante.

FONTE

Ministério do Desenvolvimento Agrário
Assessoria de Comunicação do MDA
João Paulo Biage – Jornalista

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