Nayara Figueiredo

Representantes do setor buscam expansão no comércio internacional, com foco nos países asiáticos, União Europeia e Estados Unidos, além da abertura de novos mercados

Após um avanço de 2,72% entre os anos de 2012 e 2013 nas exportações de frutas frescas, representantes do setor buscam expansão no comércio internacional, com foco nos países asiáticos, União Europeia e Estados Unidos, além da abertura de novos mercados. De acordo com o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), no ano passado foram exportados cerca de 711 mil toneladas de frutas, com geração de US$ 657 milhões em faturamento. Só os países árabes aumentaram em 41% as importações frutíferas brasileiras, em comparação a 2012, e atingiram 13,79 mil toneladas, uma receita em torno de US$ 11,9 milhões. 

"Temos perspectivas de avançar em, aproximadamente, 2% nas vendas para o exterior em 2014, em linha com os números do ano passado. O setor está bem aquecido, temos bons mercados para trabalhar e espaço para crescer, visto que a maior porcentagem de produção ainda fica no País", avalia o gerente de inteligência de mercado do Ibraf, Cloves Ribeiro Neto. 

Segundo o gerente, um dos principais entraves é a concentração das exportações para uma única região, como a União Europeia, que é mantenedora do maior índice de compras do produto brasileiro. 

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicam que, em 2013, Holanda, Reino Unido e Espanha foram os maiores importadores de frutas frescas do Brasil, respectivamente. Juntos, os três respondem por cerca de 493 mil toneladas das exportações nacionais no setor. 

"O problema é que justamente os países europeus estão se recuperando da crise e não podem aumentar a demanda em função disso. Neste contexto vamos tentando acessar novos mercados, como o caso dos países árabes onde conseguimos expandir no ano passado. Alguns dos principais compradores foram os Emirados Árabes, Catar e Líbia", comenta Neto. 

Entre os países em que o setor pretende melhorar as negociações então Malásia, Indonésia, China e Estados Unidos. 

Produção 

Diferente do processo produtivo de algumas outras culturas, a produção de frutas já minimizou os impactos deixados pelos problemas climáticos do início de ano. 

O economista da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), Flávio Godas, afirma que a sazonalidade da fruticultura traz efeitos mais marcantes do que o clima. "O índice Ceagesp de abril [até o dia 24] aponta queda de 2,51% nos preços das frutas por atacado. Nada muito diferente dos anos anteriores, em função do recuo na demanda que deve retomar a alta só a partir de novembro, com exceção de culturas como o caqui e o morango", destaca. 

O Ceagesp comercializa 3,37 milhões de toneladas de produtos, 52% são frutas. 

Para o produtor e presidente do Sindicato Rural de Ibitinga e Tabatinga, Frauzo Ruiz Sanchez, as expectativas para a laranja - fruta com a maior produção nacional - são positivas. "Deve haver um aumento na demanda por suco de laranja impulsionado, também, pela Copa do Mundo, além da mudança nos hábitos dos consumidores daqui", diz. 

Sobre a possibilidade de El Niño no segundo semestre, o presidente do Sindicato Rural de Indaiatuba, Wilson Tomaseto, acredita que o aumento de chuvas a partir de agosto pode ser mais positivo do que negativo para o setor. "Estamos colhendo a segunda safra e depois colheremos só em novembro. As chuvas ajudariam no desenvolvimento da produção", conclui.

Fonte

CNA-SENAR

Exibições: 63

© 2024   Criado por Soc. Mineira de Eng. Agrônomos.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço