Pesquisa aponta variedades alternativas à laranja Hamlin para lavouras paulistas, mas estudos ainda avaliam materiais genéticos

Avaliar o desempenho agronômico cultivares de laranja doce de maturação precoce e identificar, dentre as doze estudadas, quais as mais vantajosas para substituir a Hamlin, cultivar mais utilizada atualmente no sudoeste de São Paulo. Foi esse o objetivo da tese de pós-graduação em Fitotecnia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), defendida pela a engenheira agrônoma Marina Maitto Caputo.

Como resultado, o trabalho identificou opções de cultivares pouco utilizadas pelo setor citrícola. Segundo Marina, constatou-se que há possibilidade de selecionar materiais genéticos alternativos em relação à Hamlin. O destaque especial é para a cultivar Westin, para o processamento industrial, e as cultivares Valência 2 e Salustiana, para o consumo in natura.

“Serão necessários, porém, vários anos de avaliação para indicar com precisão cultivares destinadas à região. Sendo assim, a avaliação de novos campos de experimentação em diversas regiões, trará informações necessárias para o pleno conhecimento das cultivares copa adequadas para cada uma em específico”, explica a agrônoma.

Cultivar Hamlin, a precoce mais cultivada em São Paulo

As doze cultivares avalidas foram Hamlin, Westin, Pineapple, Rubi, Seleta Vermelha, Majorca, Valência 2, Olivelands, Kawatta, IAPAR 73, Salustiana e Valência Americana. Segundo Marina, foram coletados os dados referentes ao crescimento vegetativo (altura, diâmetro de planta e volume de copa), produção e eficiência produtiva, morfologia dos frutos (massa, largura, comprimento, tamanho, espessura da casca e número de sementes) e características de qualidade interna dos frutos (SST, acidez, porcentagem de suco, ratio, índice tecnológico, ácido ascórbico, índices de cor da polpa e da casca).

“As médias obtidas foram comparadas com a cultivar padrão Hamlin e analisadas pelo teste estatístico Dunnett. Para avaliar simultaneamente as características, foram aferidos índices de desempenho para identificar cultivares promissoras que atendessem aos requisitos tanto para o processamento industrial como para o consumo in natura”, observa.

Fitossanidade
A principal desvantagem que o uso de um número reduzido de variedades acarreta é de ordem fitossanitários. Para ela, um maior número de variedades representa uma maior diversidade genética, o que leva a uma barreira natural contra pragas e doenças, minimizando seus efeitos. Cada material genético (variedade) tem uma resposta diferente ao ataque de pragas e doenças, com isso é possível dar sustentabilidade ao setor.

“Além de ampliar a colheita ao longo do ano, evitando a concentração da oferta em alguns meses, permitindo ao citricultor vender em épocas de preços mais elevados e ainda possibilita à indústria o prolongamento do período de processamento de frutas cítricas para produção de sucos como também disponibiliza frutos com qualidade ao mercado de frutas frescas”, ressalta.

Mais informações sobre o trabalho, podem ser obtidas junto à própria pesquisadora Marina Maitto Caputo através do telefone (14) 9825-2828 ou pelo email: marinamaittocaputo@hotmail.com

Fonte

Portal Dia de Campo

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