A Comissão Nacional de Fruticultura da CNA, em conjunto com a Confederação Nacional dos Bananicultores (Conaban), vai coordenar as ações junto ao Governo para evitar a entrada do produto no país

Produtores de banana, frente às pressões do Equador para que o Brasil libere as importações do produto, reivindicam a realização de uma audiência pública, na Comissão de Agricultura da Câmara, para analisar as consequências econômicas, sociais e fitossanitárias que uma medida dessa natureza possa trazer para o país. A maior preocupação é com a entrada de novas pragas e doenças com a  importação da fruta produzida naquele país vizinho.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apoia essa reivindicação e, por meio da Comissão Nacional de Fruticultura, irá coordenar e promover o diálogo sobre a polêmica questão junto ao Governo, produtores e o Congresso Nacional. A Conaban, que representa os produtores nacionais, vai participar do trabalho com estudos técnicos e avaliações sobre os impactos da importação da banana no mercado brasileiro.

                Em reunião realizada no Ministério das Relações Exteriores, com a participação de dezenas de produtores, parlamentares e de técnicos da CNA, o ministro Antônio Patriota ouviu as preocupações do segmento com a possível abertura do país às importações de banana do Equador. 

Condições fitossanitárias - O assunto voltou à pauta econômica do país devido às pressões do Equador. O país vizinho anunciou ter cumprido os requisitos fitossanitários que o tornam apto a exportar a fruta para o Brasil, conforme prevê a Organização Mundial de Comércio (OMC). Essa atitude levou a Comissão de Comércio Exterior (Camex) a colocar o tema em discussão, devendo analisar o tema na reunião marcada para o próximo dia 20.

                O Brasil, segundo a Associação dos Bananicultores do Vale da Ribeira (Abavar), do Estado de São Paulo, é o terceiro maior produtor de banana do mundo, com 7,5 milhões de toneladas anuais, atrás apenas da Índia e da China. No país são cultivados perto de 500 mil hectares do produto e estima-se que a cultura responda por 520 mil empregos diretos, além de outros dois milhões de postos de trabalho indiretos.

                A grande preocupação dos produtores, segundo a CNA, está nas condições fitossanitárias da banana produzida no Equador. A eventual importação do produto poderá trazer danos ao Brasil, com a introdução de novas pragas capazes de afetar a produtividade e, assim, elevar os custos de produção. Essa situação aconteceria,  especialmente, em São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais e Bahia.

                Um estudo dos produtores, entregue ao Ministério da Agricultura, alerta sobre o risco  da entrada no país de pelo menos seis pragas que teriam efeitos devastadores para a cultura da banana no Brasil, além de um fungo altamente resistente aos pesticidas aplicados no controle da sigatoka-negra, doença já instalada nas regiões produtoras daqui.

                Análise de risco - Depois da reunião no Ministério das Relações Exteriores, e de um encontro com parlamentares na Câmara e no Senado, os produtores decidiram esperar pelo documento Análise de Risco  das Pragas (ARP) que, no entender do ministro Antônio Patriota, é o melhor caminho para tentar reverter a importação, pois o estudo contém dados técnicos precisos sobre pragas e doenças.

                A responsabilidade pela emissão da ARP é do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Agrário (Mapa).  As informações obtidas pela CNA indicam que o Mapa concluirá esse trabalho antes da reunião da Camex. O Conselho conta com representantes dos ministérios das Relações Exteriores, Agricultura, Fazenda e Indústria e Comércio. 

Fonte
CNA

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