Aos poucos, a fruticultura brasileira vem recuperando o terreno perdido após a eclosão da crise econômica de 2008

Aos poucos, a fruticultura brasileira vem recuperando o terreno perdido após a eclosão da crise econômica de 2008. Ainda distante de seu melhor momento, os exportadores de frutas confirmaram no ano passado a - lenta - recuperação dos embarques e agora preveem um leve aumento em 2014.

Em 2013, os embarques de frutas frescas totalizaram 711,8 mil toneladas, crescimento de 2,7% na comparação com as 696 mil toneladas embarcadas em igual intervalo de 2012, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf). Em receita, as exportações de frutas atingiram US$ 657,5 milhões em 2013, incremento de 6,2%.


"É provável que [2014] seja um ano positivo, muito parecido com 2013 ", afirma o gerente técnico do Ibraf, Cloves Ribeiro. Positivo, mas não livre de preocupações. "Na verdade, o câmbio é o fôlego para manter as exportações estáveis ou com crescimento", acrescenta.

O dólar mais valorizado visto em 2013 foi, aliás, o principal estímulo para o avanço das exportações, uma vez que a demanda ainda não mostra expressivos sinais de recuperação, conforme Ribeiro. "A Europa não vem crescendo o suficiente para aumentar a demanda por frutas", afirmou. Também por isso, as exportações ficaram 22,4% aquém do recorde de 918 mil toneladas embarcadas em 2007. Hoje, cerca de 80% das exportações são destinadas à União Europeia.

Principal item da pauta de exportações, o melão voltou a se destacar em 2013. Ao todo, as vendas da fruta para o exterior somaram 191,4 mil toneladas, crescimento de 5,31% na comparação com as 181,7 mil toneladas exportadas no mesmo período do ano anterior. Já a receita com as exportações da fruta cresceram 10%, para US$ 147,5 milhões.

"Não tivemos surpresas nas principais frutas exportadas. O melão continua como líder", afirma Ribeiro. No ano passado, a fruta cujo principal polo de produção é o Estado do Rio Grande do Norte foi responsável por 26,8% do volume de frutas exportadas pelo Brasil e por cerca de 22,4% da receita obtida.

Em franca expansão nos últimos anos devido à demanda dos Emirados Árabes Unidos, as exportações de limão tahiti registraram crescimento de 7,96% no ano passado, para 73,9 mil toneladas, consolidando a fruta como a quinta mais exportada pelo Brasil, em volume. Em receita, os embarques de limão somaram US$ 73,9 milhões. Segundo Ribeiro, a demanda árabe é o que distingue o crescimento das vendas das principais frutas. A despeito disso, a Europa segue como principal destino das vendas.

A dependência europeia deve prejudicar a rentabilidade do produtor de limão em 2014, admite o gerente do Ibraf. Desde o início deste ano, o Brasil não faz mais parte do Sistema Geral de Preferências (SGP) da União Europeia, o que tira competitividade das exportações nacionais devido às taxas de importação mais salgadas. "Temos um aumento em torno de 3,5% nas tarifas que os produtores não conseguirão repassar para o preço", afirma Ribeiro.

Ainda que afete todas as frutas, a exclusão do SGP é particularmente desfavorável para o limão, segundo o gerente do Ibraf. "O limão tem um valor muito baixo e os preços oscilam muito durante o ano", afirma. Nas outras frutas como melão, diz ele, o valor mais alto minimiza o impacto das tarifas mais elevadas.

Apesar disso, Ribeiro confia que o câmbio mais favorável deve amenizar o impacto na rentabilidade dos exportadores. "O câmbio ajuda a minimizar o prejuízo, por isso, não deve impactar o volume", previu o gerente do Ibraf.

Se beneficia as exportações, o dólar mais valorizado encarece as importações. No ano passado, o volume importado pelo Brasil ficou praticamente estável, com leve alta de 0,8%, a 430 mil toneladas.

Fonte

CNA-SENAR

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