Inseto, que também ocorre em Rondônia, é uma temível praga para a cultura da cana-de-açúcar nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil, além de atacar fruteiras e até pastagens

No Acre, a cultura da banana tem papel expressivo na produção agrícola, podendo ser plantada em monocultivo ou em sistemas agroflorestais. O consumo de banana no Acre supera o de muitos alimentos, sendo aproveitada integralmente. Entretanto, a agricultura praticada é de baixa escala e de subsistência para consumo próprio e venda em mercados locais e os problemas causados por pragas e doenças constituem a maior ameaça para a cultura, principalmente pela suscetibilidade das variedades comumente plantadas e amplamente aceitas no estado. Atualmente, as principais doença e praga dessa cultura no estado são a sigatoka-negra e a broca-gigante  respectivamente, segundo dados levantados por estudos focais e depoimentos de produtores e técnicos da área, em especial atacando a variedade D’Angola, que no Estado do Acre é chamada de banana comprida.

Os adultos desse inseto são borboletas com cerca de 3,5 centímetros de comprimento e 9 centímetros de envergadura (de uma extremidade da asa a outra). As borboletas colocam seus ovos entre as folhas e o talo das plantas. Após 7 a 14 dias as lagartas eclodem e penetram no pseudocaule da bananeira, fabricando galerias que, em muitos casos, podem derrubar a planta, além de prejudicar a produção dos frutos.

Os estudos para broca-gigante, (Telchin licus) (Lepidoptera: Castniidae), em bananeira ainda são incipientes e poucos resultados são encontrados. Essa praga foi relatada em 2012, pelo pesquisador da Embrapa Acre, Murilo Fazolin, em um documento retratando as principais pragas das culturas de importância econômica para o Estado do Acre.

Desde então, a broca-gigante da bananeira é comumente relatada por produtores acrianos, causando prejuízos econômicos em banana comprida a qual, especula-se, seja a sua cultivar preferida, segundo o pesquisador da Embrapa Rondônia, José Nilton Medeiros Costa. Em estudos focais realizados na Embrapa Acre no ano de 2012, com o intuito de prospectar as demandas para pesquisa e transferência de tecnologia, a broca-gigante figurou entre as principais pragas da bananeira, sendo classificada como objeto prioritário de estudos, a fim de que sejam validadas tecnologias ou métodos de controle desse inseto-praga. Ressalta-se que nos estudos focais foram ouvidos produtores rurais, representantes de agências de extensão rural do estado e de setores produtivos relacionados à fruticultura.

Esse inseto, que também ocorre em Rondônia, infestando cultivares de banana do grupo “terra”, é uma temível praga para a cultura da cana-de-açúcar nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil, além de atacar fruteiras como o abacaxi, bananas ornamentais e alguns tipos de pastagens.

Para o controle dessa praga já foram utilizados os métodos químico, mecânico-cultural, biológico, feromônio sexual das fêmeas e de resistência de plantas, sem grande sucesso. Apenas a catação manual de lagartas e pupas por meio de “enxadeco” e a captura de adultos com rede entomológica demonstraram bons resultados, porém com alto custo operacional. A cana-de-açúcar é a planta com maior número de estudos para o controle desse inseto e, na literatura, ainda não há registros de métodos eficientes de controle em bananeira.

Nesse sentido, a Embrapa Acre, juntamente com a Embrapa Rondônia, Universidade Estadual Paulista – Júlio de Mesquita Filho (Unesp), Campus de Jaboticabal, SP e Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), Piracicaba, SP estão  articulando um projeto de pesquisa em conjunto, buscando determinar a dinâmica populacional da praga, bem como métodos eficientes para o seu controle. Além disso, as informações geradas pelo projeto servirão de base para formulação das políticas públicas destinadas a esse setor, visando manter a sustentabilidade e a competitividade do agronegócio da bananicultura no Acre.

Fonte

Portal Dia de Campo

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