Apenas São Paulo supera em área plantada com flores o Estado de Minas Gerais, que conta com 1,1 mil hectares para a atividade. Em todo o Brasil há mais de 6,5 mil hectares plantados. Os floricultores mineiros estão em quarto lugar no volume de produção, atrás de São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
No comércio internacional, de acordo com levantamento da câmara, a floricultura movimenta US$ 8 bilhões por ano, sendo que o Brasil participa com 2,5% deste montante, ou US$ 20 milhões, e Minas alcança cerca de US$ 1,2 milhão, que correspondem a cerca de 6% da receita brasileira no setor. Os maiores compradores das flores brasileiras são Holanda e Itália, que adquirem 50% do produto exportado. Destacam-se também os Estados Unidos, Japão e outros países da União Européia e do Mercosul.
Sem improvisação
Para a pesquisadora Elka Fabiana Aparecida Almeida, gerente do Programa de Pesquisa em Floricultura da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), as condições climáticas do Estado são fundamentais para o bom desempenho da floricultura. “O produtor tem que fazer a sua parte com profissionalismo, pois a floricultura não prospera com improvisação”, adverte.
Elka Fabiana diz que a floricultura é caracterizada pelo cultivo intensivo e grande demanda de mão-de-obra por área cultivada, com a conseqüente geração de emprego e renda para a região produtora. “Além da geração de empregos, a atividade também proporciona renda para pequenos produtores pelo lucro obtido em pequenas áreas cultivadas, ideal para a agricultura familiar”, acrescenta a pesquisadora.
As principais regiões produtoras de Minas são o Sul e a Zona da Mata, que concentram a maior área com flores e folhagem de corte e a maior área de cultivo protegido. Segundo a pesquisadora da Epamig, instituição vinculada à Secretaria da Agricultura do Estado, as principais espécies cultivadas em Minas Gerais são: mudas para jardim, mudas arbóreas, rosas para corte, mudas de palmeiras, sempre-vivas e mudas de rosa. “A produção é comercializada em todo o Brasil e também exportada para países da Europa, Ásia e América do Norte. Os principais produtos exportados são: rosas de corte, orquídeas de corte, sempre-vivas e bulbos de lírio.
Barbacena tem a maior produção de Minas, principalmente de rosas. Outros grandes produtores estaduais são: Juiz de Fora, São João Del Rei, Belo Horizonte, Mateus Leme, Alfredo Vasconcelos, Manhuaçu, Rio Casca, Lavras, Andradas, Florestal e Tapira. Elka Fabiana informa que também estão se projetando na produção de flores e plantas ornamentais os municípios de Araxá, Dona Eusébia, Andradas, Senador Amaral, Munhoz, Diamantina e Teófilo Otoni.
A exploração das rosas é o carro-chefe da floricultura de corte, sendo em menor escala a produção de crisântemo, cravo, áster e gladíolo, entre outras flores. Há também alguns arbustos (azaléias, dracenas), plantas em vaso (violeta africana e samambaia) e folhagens. No total são comercialmente exploradas 120 diferentes plantas ornamentais, informa a pesquisadora.
Força de Barbacena
Barbacena faz justiça ao título de “Cidade das Rosas”, com uma produção que atende a São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. O município vende também para Portugal e quer exportar para outros países. Segundo o presidente da Associação Barbacenense dos Produtores de Rosas (Abarflores), Cléber José Morais, um dos objetivos é recuperar mercados que nos 70 adquiriam as flores do município, como Alemanha, França e Estados Unidos e, se possível, incluir outros países.
Barbacena conta com 70 produtores e 25 são associados da Abarflores, informa Cléber Morais. Metade dos floricultores do município são considerados de grande porte, com produção acima de três hectares. De acordo com o presidente da Abarflores, os negócios com rosas e flores em geral garante mais de 1,5 mil empregos diretos e indiretos em Barbacena.
A produtora e ex-presidente da Abarflores Sheila Magda Brandão Loschi diz que muitos floricultores do município retornam à atividade após terem experimentado principalmente a exploração de hortaliças. Ela informa que a volta desses produtores contribuiu para o aumento da produção em 2007. “O volume de flores aumentou de 48 milhões para cerca de 55 milhões de unidades, e nesse total as rosas participaram com aumento de 12 milhões para aproximadamente 18 milhões de unidades”. Além das rosas, que correspondem a 60% da produção, Barbacena produz copos de leite, estrelitza, folhagens e recentemente introduziu o cultivo de antúrios, girassóis, bocas-de-leão e lisiantos.
Sheila Loschi acredita que os bons resultados das vendas internas e a possibilidade de conquistar novos mercados atrairão mais produtores e vão movimentar todos os segmentos da cadeia de flores. “Sabemos que o retorno dos floricultores à plena produção não é rápido, porque os custos da atividade são altos. O cultivo depende da mão-de-obra, por isso o aumento da oferta do produto também segue em ritmo moderado”, finaliza.
Fonte: SEAPA-MG
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