Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) preparou uma unidade temática para discutir em detalhes tecnologias de conservação do solo com os produtores que visitarem o Show Rural, evento que será realizado de 1º a 5 de fevereiro de 2016 em Cascavel, no Oeste do Paraná.


Em trabalho recentemente publicado, o pesquisador Tiago Santos Telles, do Iapar, estimou em US$ 1,3 bilhão ao ano o custo da perda de cálcio, potássio, e magnésio por erosão do solo em lavouras anuais no Brasil.

Na propriedade, estudos do Iapar em parceria com o Instituto Agronômico (IAC) de Campinas (SP) apuraram que o prejuízo do produtor com a erosão passa de R$ 280 por hectare em apenas um ano. O cálculo considera o custo dos fertilizantes que são levados pela enxurrada em uma área com 24% de cobertura de palhada ou outro tipo de proteção. Em terrenos totalmente descobertos, a conta pode passar de R$ 400 por hectare ao ano, aponta a pesquisadora Graziela Moraes de Cesare Barbosa, do Iapar.

A saída para diminuir o prejuízo é a adoção das práticas conservacionistas já conhecidas pelo produtor. “Plantio direto com uso de terraços e rotação de cultivos, com adubos verdes e plantas que permitem alta taxa de cobertura do solo são técnicas com eficiência comprovada no controle da erosão e no aporte de matéria orgânica ao solo”, frisa a pesquisadora.

Cobertura

A utilização de plantas para cobertura e adubação verde – como crotalária, mucuna, linhaça, guandu e outras espécies recomendadas pela pesquisa – em sistemas de rotação com as lavouras comerciais beneficia as características químicas, físicas e biológicas do solo.

Segundo Graziela Barbosa, o uso planejado dessas plantas reduz a infestação de invasoras e melhora a disponibilidade de nutrientes. Elas também contribuem para o aumento da biodiversidade, o que favorece a presença de inimigos naturais que ajudam a diminuir a infestação de pragas, doenças e nematoides nas lavouras comerciais.

Matéria orgânica

A utilização de resíduos da criação de suínos é uma boa alternativa para os produtores que dispõem desses dejetos na propriedade. “Aliada ao plantio direto, a adição desse tipo de matéria orgânica amplia a capacidade de retenção e infiltração de água no solo e, consequentemente, diminui o escorrimento na superfície”, explica Graziela Barbosa.

Esse resíduo é, ainda, um material rico em nitrogênio, fósforo e potássio, e seu uso pode ajudar a diminuir os custos com fertilizantes químicos. A pesquisadora explica que é possível calcular a quantidade desses nutrientes nos resíduos a partir de um densímetro, instrumento (aquele que se vê nas bombas dos postos de combustível), equipamento facilmente encontrado no comércio. O procedimento para fazer esses cálculos está explicado em detalhes na publicação “Dejeto líquido de suíno como fertilizante”, que pode ser baixada gratuitamente na página www.iapar.br.

Simulador de chuvas

Iapar também programou demonstrações diárias do simulador de chuvas no Show Rural, uma atração que sempre gera grande interesse por parte dos visitantes. Com esse equipamento, o produtor comprova na prática todos os benefícios da aplicação correta das orientações técnicas para a conservação do solo.

FONTE

Instituto Agronômico do Paraná

Exibições: 121

© 2024   Criado por Soc. Mineira de Eng. Agrônomos.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço