A olivicultura está em evidência no Rio Grande do Sul, onde o clima e o solo do Estado são favoráveis a essa cultura e o consumo de azeite de oliva no mercado brasileiro é cada vez maior. Mas é preciso ter muito cuidado com as pragas e infestações, que podem colocar em risco a produtividade desse tipo de cultura. É para atender a esta demanda que a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) conduz pesquisa sobre infestação de cochonilhas em oliveiras.
A entomologista
Vera Wolff, pesquisadora colaboradora da
Fepagro, lidera o projeto, que observa a diversidade, a distribuição das cochonilhas nos olivais do Rio Grande do Sul e o controle biológico das espécies encontradas. "Já identificamos oito espécies que também atingem oliveiras.
O Rio Grande do Sul está investindo muito na olivicultura, mas a produtividade pode ser ameaçada pela infestação de cochonilhas", alerta a pesquisadora. Entre os maiores problemas associados à proliferação desses insetos está a ocorrência do fungo fumagina, que reduz a produtividade de azeitonas, pode provocar a morte da planta e até contaminar o azeite.
Vespas Além da identificação das cochonilhas, a pesquisa observa seus inimigos naturais. O grupo de pesquisa, composto também por pesquisadores da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul(UFRGS) e do
Instituto Biológico (IB) de Campinas (SP), identificou espécies de vespas que são parasitóides da cochonilha. "Essas vespas põem seus ovos no corpo da cochonilha. Quando esses ovos eclodem, se alimentam da cochonilha, sua hospedeira, o que acaba matando-a. São inimigos naturais da cochonilha que ajudam no seu controle", explica a pesquisadora.
É por isso que Vera alerta sobre a utilização de produtos químicos no controle da cochonilha. "O maior problema do controle químico é que esses produtos não são muito efetivos para conter a proliferação das cochonilhas e ainda acabam matando seus inimigos naturais. Esses produtos devem ser usados com muito cuidado", frisa.
ResultadosTrês trabalhos, originados dessa pesquisa, foram apresentados, em setembro de 2013, no XIII Simpósio Internacional de Estudos da Cochonilha, realizado em Sofia, na Bulgária. Os pôsteres mostraram as oito espécies de cochonilhas identificadas em oliveiras de seis municípios gaúchos; os estágios de desenvolvimento da cochonilha da espécie
Saissetia oleae, para verificar os meses em que há predominância de ninfas, período mais adequado para o seu controle; e a identificação de nove gêneros de parasitóides associados a todas as espécies de cochonilhas.
Mais amostrasA pesquisa sobre cochonilhas nas oliveiras precisa expandir o número de amostras desses insetos no Rio Grande do Sul e em outros Estados do Brasil nos quais a olivicultura esteja em desenvolvimento. Para auxiliar na pesquisa, caso encontrem ocorrências de cochonilhas em suas plantações, os olivicultores podem entrar em contato pelos e-mails
vera-wolff@fepagro.rs.gov.br ou
wolffvera@gmail.com.
FONTEFepagro