Morango, berinjela, tabaco, flores e cogumelos são algumas das culturas cujas pragas podem ser combatidas com ácaros predadores (pequenos aracnídeos). Uma das primeiras empresas a produzir esse tipo de organismo de controle biológico no Brasil foi a Promip, que tem sede em Engenheiro Coelho, na região metropolitana de Campinas, no estado de São Paulo.
Um dos produtos vendidos pela empresa que contêm ácaros predadores é o Stratiomip, desenvolvido para combater pragas que atacam as raízes das plantas. Uma delas é o fungus gnats, cujos adultos são mosquinhas que colocam seus ovos nas plantas. Quando nascem, as larvas passam a causar danos nas raízes e tornam a planta mais suscetível a doenças.
Em cada frasco do produto, há cerca de 10 000 aracnídeos. Para aplicá-lo, basta abrir a tampa e liberar o conteúdo sobre os canteiros infestados pelas larvas. Os predadores começam a trabalhar imediatamente. “Não é necessário o uso de roupa especial nem nada”, diz o engenheiro agrônomo Marcelo Poletti, sócio da fábrica de ácaros. Segundo ele, o predador não afeta as plantas, só combate a praga. “O produto é capaz de controlar inclusive pragas resistentes a produtos químicos”, afirma Poletti.
Quanto mais cedo é feita a aplicação, maior é a eficiência do controle. Uma das formas de detectar a praga no campo e, assim, saber quando é a hora certa de usar o produto são as armadilhas adesivas amarelas. As mosquinhas são atraídas pela cor da armadilha e, quando entram em contato com sua superfície, ficam presas ao adesivo. “Assim, o produtor pode monitorar o crescimento do número de insetos”, diz Poletti. A Promip também vende esse tipo de ferramenta em sua loja virtual.
Algumas das culturas em que o Stratiomip especificamente pode ser aplicado são tabaco, eucalipto e flores. Além disso, o produto pode ser usado para controlar o fungus gnats em produções de cogumelos, que têm elevados prejuízos econômicos por causa da praga.
A Promip foi criada em 2006 por Poletti e um sócio, o também engenheiro agrônomo Roberto Konno. Nos primeiros dois anos, a empresa foi hospedada pela incubadora da escola de agricultura da USP, a ESALQTec. Hoje, a empresa possui uma biofábrica própria e tem mais de 50 funcionários, que trabalham em áreas como pesquisa e desenvolvimento, produção e suporte técnico ao produtor.
No ano passado, a empresa recebeu 4 milhões de reais do Fundo de Inovação Paulista, um fundo de investimento criado pela agência Desenvolve SP, do governo paulista, em parceria com fundações de pesquisa como Fapesp e Finep e cotistas privados. Vem novidades por aí. “Devemos lançar um site novo ainda até o final do ano. Nele, vamos disponibilizar mais ferramentas para o produtor”, afirma Poletti.
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