Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 1,76 milhão de toneladas de comida é desperdiçada por ano no mundo, quase 40% de tudo que é produzido, algo que gera um prejuízo de R$ 2,36 trilhões para a economia global.

Segundo o Programa Alimentar Mundial, uma agência ligada às ONU, 795 milhões de pessoas no planeta não têm comida suficiente para ter uma vida saudável. A razão mais comum para a larga escala desse desperdício é o consumo desenfreado de alimentos, principalmente nos países mais desenvolvidos.

As pessoas compram ou preparam mais comida do que precisam. Além disso, existe o costume de jogar fora alimentos que ultrapassam a data de vencimento, sem que eles tenham sido consumidos.

Para tentar solucionar esse problema, um grupo de estudantes de pós-graduação na Suécia criou um produto chamado FoPo Food Powder.

A ideia é simples: os alimentos são estragados pelas bactérias, e as bactérias amam água. Ao desidratar a comida, ela irá demorar mais tempo para estragar.

Seco, o alimento é pulverizado e transformado em um pó colorido que aumenta a validade da fruta de duas semanas para dois anos.

As frutas usadas no FoPo são compradas de agricultores e varejistas, normalmente na véspera de sua data de vencimento. Assim, os alimentos podem ser comprados por um valor menor, mas que não irá gerar prejuízo para quem está vendendo.

A startup foi criada por Kent Ngo, engenheiro mecânico, Gerald Marin e Vita Jarolimkova, especialistas em inovação alimentar.

“Não queremos criar um novo produto ou tecnologia, mas criar valor a partir da ineficiência do sistema alimentar”, afirmou Marin ao site Mashable.

A ambição da FoPo é alimentar 9 bilhões de pessoas até 2050, reduzindo 40% do desperdício dos alimentos produzidos no planeta. O pó está disponível em três sabores diferentes: banana, framboesa e manga (o desenvolvimento de uma versão de abacaxi deve terminar nos próximos meses).

O produto final retém entre 30% e 80% do valor nutricional do alimento original e pode ser colocado sobre iogurtes e sorvetes, usado em bolos ou misturado com vitaminas.

A bem sucedida campanha de financiamento da FoPo no Kickstartersuperou a meta de arrecadação em quase R$ 50 mil e deve começar a entregar os primeiros produtos para os primeiros doadores em agosto.

Os fundos arrecadados serão usados para que a empresa encontre um fabricante confiável para os produtos e teste os alimentos.

Atualmente, a startup participa de um projeto piloto nas Filipinas, onde fazendas locais estão doando mangas e abacaxis para uma primeira carga, que será financiada pelo governo filipino e aOrganização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação(FAO).

Estima-se que cerca de 20% das crianças filipinas tenham problemas de nutrição, agravados pela quantidade de catástrofes que atingem o país todos os anos.

FONTE

Revista Exame

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