Um levantamento realizado com micro e pequenas empresas brasileiras revela que a maior parte delas promoveu demissões em 2015, mas 47,7% acreditam que encontrarão oportunidades ainda este ano para superar o momento de desaceleração econômica. Apesar disso, 15,5% dos entrevistados teme precisa fechar as portas perante a crise econômica.
Os dados foram publicados como parte da primeira edição do Termômetro ContaAzul, pesquisa realizada em fevereiro de 2016 junto a 1.250 micro e pequenos empresários. O estudo tem nível de confiança de 95% e 5% de margem de erro. Promovido pela ContaAzul, empresa que fornece sistemas de gestão para esse público, o levantamento mostra o impacto do cenário político e econômico sobre as pequenas empresas.
Segundo dados de 2015 do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), os negócios de pequeno porte respondem por 52% dos empregos com carteira assinada no Brasil e por 27% do Produto Interno Bruto (PIB). Essas empresas sofrem e enfrentam o cenário econômico brasileiro, que apresenta retração desde o último trimestre de 2014.
Os empresários ouvidos no Termômetro responderam a 10 perguntas abordando sobre confiança para 2016, mudanças em impostos, impacto da crise, risco de demissões, necessidade de crédito e ambiente de competição.
Dos respondentes, foram 53,1% que revelaram ter demitido funcionários em 2015. Nos últimos dois anos, recorreram a crédito 59,7% dos entrevistados, dos quais 81,8% usaram o financiamento para capital de giro. Em bancos, esse tipo de linha de crédito tem as taxas mais altas do mercado, por serem usadas por empresas em momentos críticos de alta necessidade de recursos para despesa com vencimento em prazo.
Ainda sobre crédito, a penetração de bancos públicos na oferta de dinheiro para empresários de menor porte mostra-se menor do que a dos privados. Dos participantes que recorreram a crédito, 60% procuraram bancos comerciais privados. Para este ano, 48,2% dizem que vão pedir novos empréstimos nos próximos meses (55,8% para capital de giro e 31,3% para expansão).
Mudanças de impostos
As mudanças tributárias realizadas entre meados de 2015 e o início de 2016 atingiram 81,4% das empresas. dizem que foram muito impactados pelas mudanças tributárias realizadas em 2016. Para 64,8% deles, as alterações não inviabilizam o negócio, mas 8,3% avaliam que houve grandes impactos, a ponto de trazer riscos de quebra – ou estímulo a sonegação.
Entre as mudanças, destacam-se elevações de alíquotas de Imposto sobre Produtos Industrializados e no recolhimento de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), promovidas pelo Conselho de Política Fazendária (Confaz) a partir de agosto de 2015 para o regime de substituição tributária.
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