Após a morte do marido, a dona de casa Maria de Lourdes Zavarese Secchin precisou administrar seu tempo para cuidar das filhas, uma com deficiência física e mental, e da Fazenda Fortuna produtora de café e leite em Nova Venécia, Espírito Santo. Mesmo com as dificuldades financeiras devido à falta de chuva na região há mais de cinco anos, a empresária surpreendeu ao inovar na gestão dos negócios. Os investimentos na própria capacitação e as parcerias firmadas lhe renderam, em três anos, mais de 50 cabeças de gado leiteiro e um aumento em 50% da produção de café. A produtora rural conquistou o segundo lugar na categoria Produtora Rural do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios

Inicialmente sem estabelecer metas claras, Maria de Lourdes começou selecionando a mão de obra para trabalhar na fazenda e decidiu investir pesado na própria capacitação por meio de cursos e palestras. A partir daí, conseguiu reativar cadastros em cooperativas agropecuárias para que pudessem comercializar e armazenar os produtos com maior segurança, além de receber suporte técnico.

Com bagagem empresarial, ela foi aos poucos enfrentando as dificuldades do cenário -- as lavouras estavam consumidas pela seca e por pragas que reduziram o cultivo e afetaram o gado. Fechou novas parcerias, o que lhe rendeu, em três anos, mais de 50 cabeças de gado leiteiro.

Com a receita gerada pela produção, a empreendedora conseguiu pagar as dívidas, buscar suporte técnico e investir em tecnologia para ampliar os cafezais. "Meu café é irrigado adequadamente e a secagem é realizada artesanalmente em terreiro de pedra, agregando valor e sabor ao grão", conta. Esse diferencial rendeu destaque, inclusive, nas duas últimas edições do prêmio de melhor café, realizado pela Cooperativa Agrária dos Cafeicultores de São Gabriel. 

Maria de Lourdes venceu também o preconceito de peões que, inicialmente, a receberam com atitudes intimidadoras pelo fato da fazenda passar a ter uma gestão feminina. Hoje, a empresária é muita respeitada e reconhecida por todos na região, principalmente por adotar uma relação democrática com os colaboradores. A tomada de decisão é feita de modo participativo, levando em consideração a ajuda de suas três filhas.

Para o futuro, ela pretende aumentar em mais de 50% a produção cafeeira até 2020, investindo em tecnologia e sempre atenta às mudanças do mercado. "Hoje, quando caminho pelas lavouras e pelas pastagens, observo que em cada canto tem um trabalho meu, resultado de muita dedicação e amor", diz.

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