Plantar uma muda embalada em plástico não parecia algo natural para a química Patrícia Ponce, 43 anos. Preocupada com a quebra da raiz e o descarte do material, ela pensou numa alternativa: colocar os brotos em um revestimento — o tubete — biodegradável. A inspiração veio de passeios em parques de São Paulo. “Ficava incomodada com a grande quantidade de cascas de coco verde no lixo”, diz. Com uma bolsa de estudos e o reforço de um sócio investidor, ela começou a desenvolver o produto em 2008. A fibra de coco foi o primeiro material a ser testado. Depois vieram o bagaço de cana, o sisal e a casca de café. A pesquisa rendeu ainda um tubete que vira fertilizante quando se degrada. Em 2011, com o produto pronto, Patrícia fundou a Bio & Green com dois sócios e entrou no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec). A empresa criou seu maquinário com três pesquisadores financiados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O próximo passo é produzir bandejas de alimentos para abastecer produtores de orgânicos e, em 2014, fornecer para supermercados. No primeiro ano de operação, Patrícia quer gerar uma receita de até R$ 1,2 milhão. “Não é fácil vender um produto mais caro do que o tradicional. É preciso mostrar a economia no processo todo, pois eliminamos a lavagem e o transporte do plástico.”
Fonte
G1