No início da década de 1990, o zootécnico Afrânio Guimarães, hoje com 45 anos, começou a se dedicar ao cultivo comercial de minhocas. Duas de suas dificuldades foram o espaço limitado de produção em sua casa, em Juiz de Fora (MG), e o processo de triagem do húmus, resíduo da minhocultura usado como adubo orgânico em plantações. “O modo de cultivo tradicional demanda grandes áreas abertas. Isso deixa a operação mais complexa e aumenta os custos com infraestrutura”, afirma. Para ganhar competitividade, Guimarães desenvolveu um método vertical de cultivo em caixas. Foi procurado pelos criadores locais para replicar o formato e, em 1993, criou a Minhobox, especializada em soluções de minhocultura e venda de iscas para aquários e criadouros de aves. O método foi exportado para 17 países. Além do modelo de caixas, o empreendedor passou a trabalhar com o cultivo em colchões, o que permite aproveitar ainda melhor o espaço. Entre a venda dos equipamentos, insumos para agricultura e a comercialização de minhocas para grandes clientes — como os aquários de São Paulo e Belo Horizonte — a Minhobox fatura R$ 500 mil por ano. Em 2005, Guimarães investiu num laboratório especializado na descoberta de novas técnicas de criação. “Passamos a oferecer um serviço de consultoria para nossos compradores. Esse tipo de inteligência permite indicar, por exemplo, a melhor minhoca para alimentar cada espécie de peixe.”
Fonte
G1