Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) levará este ano 86 empresas brasileiras à Gulfood, principal feira de alimentos e bebidas do Oriente Médio. O evento ocorre em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, de 21 a 25 de fevereiro. A estimativa da Apex é o fechamento de US$ 659 milhões em negócios, durante a feira e ao longo dos 12 meses seguintes.

No ano passado, 72 empresas brasileiras participaram da Gulfood, e os negócios chegaram a US$ 646 milhões. A expectativa da Apex para este ano é de um aumento de 2% no volume negociado. O coordenador de Promoção de Negócios da agência, Rafael Prado, admite que o momento de retração da atividade econômica interna e a valorização do dólar aumentam o interesse das empresas brasileiras pelas exportações.

“Todas as ações da Apex estão de acordo com o Plano Nacional de Exportações [PNE, lançado em junho de 2015, que tem como um dos objetivos combater a crise estimulando as vendas externas] . E há uma crescente demanda pelas empresas, com a economia interna desaquecida e a queda do real [frente ao dólar]”, afirma. Ele acrescenta que as ações da Apex para fomento às exportações são contínuas e ressalta a necessidade de as empresas se prepararem para exportar.

“Não basta querer exportar. Se a empresa estiver pronta, vai com a gente [a missões e feiras para prospectar clientes e fechar negócios]. Se não, precisa fazer capacitação”, explica. Rafael informa que a Apex oferece a capacitação sem custos, por meio do Programa de Extensão Industrial da Empresa Exportadora (Peiex), direcionado a empresas iniciantes no comércio exterior.

No caso de eventos como a Gulfood, a assessoria oferecida pela Apex é mais especializada. Segundo Rafael, este ano os empresários brasileiros terão uma consultoria para identificar potenciais compradores com seu perfil. Além disso, no pavilhão reservado ao país na feira, haverá dois restaurantes para degustação de comidas típicas e carnes. “Estamos levando serviços agregados ao pacote, como um chefe de cozinha para trabalhar as diferenças culturais com os exportadores”.

Adaptação

O empresário Marcos Roberto Pinotti, sócio-proprietário da Juice In Time, fabricante brasileira de suco em cápsulas, já passou pelo processo de conhecer o cliente estrangeiro e adaptar o produto às necessidades dele. A empresa, que também comercializa as máquinas para preparo do suco, começou a vender para Dubai em 2015 e irá à Gulfood pela primeira vez este ano.

“O nosso contrato [para exportação] foi assinado em maio do ano passado. Os selos do nosso produto já estão em inglês e árabe e fizemos a primeira venda no finalzinho de 2015. Atualmente, temos um escritório físico em Dubai, mas nossa meta é expandir para todo o Oriente Médio”, conta o empresário. Segundo ele, o objetivo com a participação na feira de alimentos e bebidas é captar pelo menos 50 novos clientes.

De acordo com Marcos Pinotti, exportar era objetivo da empresa desde a sua criação, em 2010. Foram três anos de desenvolvimento do produto, até a apresentação do primeiro protótipo, em 2013. Em 2014, começaram as vendas. “Sempre esteve nos nossos planos exportar. O grande fator de decisão é que o poder aquisitivo é maior fora do Brasil”. Ele reconhece, porém, que o momento atual torna mais atrativo investir nas exportações. “Independentemente da variação do dólar, é um mercado muito interessante. Mas quando vem a crise, o dólar alto, é lógico que isso impulsiona o nosso desejo de exportar”, comenta.

Segundo informações da Apex, em 2015 o país exportou US$ 10 bilhões em alimentos e bebidas para o Oriente Médio e o Norte da África, que são os compradores em potencial dos produtos brasileiros na Gulfood. Os destaques foram a carne de frango, o milho, açúcar e a carne bovina.

FONTE

Agência Brasil
Mariana Branco – Repórter
Graça Adjuto – Edição

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