CNC: Setor trabalha para registro de novos produtos de combate à broca do café

COMBATE À BROCA — Na semana passada, por meio de contatos feitos pelo CNC e pela Comissão Nacional do Café da CNA com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), tivemos ciência que, mesmo ainda não constando no Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (Agrofit), o Benevia, produto da DuPont destinado ao combate à broca-do-café, teve seu processo de registro finalizado e seu certificado emitido para a comercialização. Dessa maneira, os produtores brasileiros passaram a ter dois defensivos para combater a praga, uma vez que o Voliam Targo, da Syngenta, foi registrado em novembro de 2015.

O CNC entende que a aprovação dos registros definitivos de ambos os produtos é fundamental para que se evite uma infestação da broca, a qual não possui efeito prejudicial à saúde, mas tem como principal prejuízo a depreciação dos grãos. Para cada 5% de frutos atacados, até 1% apresenta defeito, interferindo diretamente na renda dos produtores. Isso porque a broca ocasiona perdas quantitativas de até 20%, pois, nos casos de infestação máxima, pode atingir 12 kg em cada saca de 60 kg de café beneficiado.

Somos gratos ao empenho do Mapa para a viabilização dos produtos, mas reiteramos a necessidade de que mais defensivos sejam analisados e registrados, porque se faz necesária a competição mercadológica para evitar sobrepreços por falta de concorrência. Nesse sentido, recordamos que o Metaflumizone, ingrediente ativo do produto Verismo, da Basf, e a combinação dos princípios Bifentrina + Acetamiprido, que compõem o UPL 138 FP BR, da empresa UPL/United Phosphorus, ambos destinados ao combate à broca e elencados pelo CNC em lista entregue ao Mapa em 2015, estão entre as prioridades estipuladas pelo Departamento de Fiscalização de Insumos Agrícolas (DFIA) para atendimento às pragas de maior importância econômica no Brasil, os quais aguardamos o andamento dos trabalhos para que também possam ter sua comercialização liberada.

MERCADO — Os futuros do café voltaram a registrar queda nesta semana. A elevada aversão ao risco no mercado financeiro internacional, que reflete na valorização do dólar, tem contaminado o desempenho do mercado das commodities.

Ontem, o dólar comercial foi cotado a R$ 4,049, acumulando alta de 1,5% em relação ao fechamento da última sexta-feira. Tal tendência favorece o recuo das cotações internacionais do café. O enfraquecimento do real foi influenciado pelo novo rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência Standard & Poor's, aflorando a preocupação com o cenário fiscal e político do País.

Quanto às condições climáticas que afetam o cinturão produtor nacional, a Climatempo informa que a influência do sistema de alta pressão subtropical do Atlântico Sul deixou o Sudeste do Brasil bastante seco nos últimos dias. Na próxima semana, a região Sul de Minas Gerais deverá ser beneficiada com novas precipitações. Mas as previsões são de continuidade do clima seco no Espírito Santo até o final de fevereiro, situação muito prejudicial para as já combalidas lavouras de conilon.

Na ICE Futures US, o vencimento maio do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,161 por libra-peso, com queda de 140 pontos em relação ao fechamento da semana anterior. Os futuros do arábica também foram pressionados nos últimos dias pelas rolagens de posição do vencimento março para o maio. Na ICE Futures Europe, o vencimento maio do contrato futuro do robusta encerrou o pregão de ontem a US$ 1.428 por tonelada, com desvalorização de US$ 13 na comparação com a sexta-feira passada.

No mercado físico nacional, os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 487,77/saca e a R$ 399,44/saca, respectivamente, com variação de -0,6% e -0,8% em relação ao fechamento da semana anterior. O volume de negócios segue enfraquecido devido aos preços aquém das expectativas dos vendedores.

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