O Ministério da Agricultura afirmou no fim da semana passada que a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês) confirmou o caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), registrado em frigorífico da JBS Friboi em Mato Grosso, como um "caso atípico".
Os exames feitos pela OIE em laboratório mantido pelo órgão internacional na Inglaterra afasta a hipótese de o animal ter contraído a doença pela ingestão de ração feita à base de farinha de osso animal. Apesar do resultado, o Ministério da Agricultura ressaltou em nota que não houve "diagnóstico conclusivo que possa ser usado para classificá-lo de forma inequívoca até o momento". Ou seja, a OIE não conseguiu identificar a origem da doença, respaldando os exames feitos pelo laboratório da rede estatal Lanagro, em Recife.
"A manifestação do laboratório corrobora com as investigações epidemiológicas desenvolvidas a campo de que se trata de um caso espontâneo e previsível, que não tem qualquer correlação com a ingestão de alimento contaminado, e que pode ser detectado em qualquer país do mundo que tenha um sistema de vigilância robusto transparente como o do Brasil", diz a nota.
O animal fazia parte de um lote de 50 cabeças, com idades de 11 e 12 anos, enviado pela Talismã à JBS Friboi para ser comercializado. O bovino estava pronto para abate quando uma equipe de inspeção sanitária do Departamento de Saúde Animal (DSA) do ministério, que fazia visita de rotina no local, constatou que ele estava caído por fraqueza muscular típica de doença neurológica como a vaca louca.
A Agricultura conduziu investigação em 11 propriedades na região onde foi entrada a vaca doente. Cerca de 4 mil animais foram inspecionados e 49 bovinos foram abatidos e incinerados, porque tiveram contato com a fêmea que foi detectada com uma falha em partículas de proteínas importantes para o desenvolvimento dos neurônios, a chamada marcação priônica.
A divulgação do caso levou o Peru a suspender oficialmente a importação de carne brasileira. Irã e Egito impuseram embargo ao produto de Mato Grosso. Em sua nota, o Ministério da Agricultura frisa que o Comitê Veterinário Permanente do Cone Sul (CVP) elogiou a rapidez e transparência do serviço sanitário brasileiro, ressaltando que as ações adotadas serão bem avaliadas pela comunidade internacional. "As embaixadas brasileiras e o serviço veterinário oficial do Brasil já estão preparados para fornecer quaisquer esclarecimentos aos parceiros comerciais que os solicitem ou que eventualmente criem restrições comerciais temporárias", concluiu a nota.
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