A fórmula do composto de água e ureia usada para adulterar leite, aumentando o lucro de transportadoras no Rio Grande do Sul, era vendida por R$ 10 mil, afirmou o promotor do Ministério Público Mauro Rockenbach em entrevista à RBS, afiliada gaúcha da Rede Globo.
Rockenbach atua na Operação "Leite Compen$ado" iniciada na última quarta-feira após a descoberta de contaminação em lotes de leite de seis marcas. "Eles descobriram uma fórmula de mascarar a adição de água e com isso lucrar com 10% no volume. Essa fórmula era vendida entre eles por R$ 10 mil", destacou Rockenbach.
Durante a entrevista ele disse que para cada 100 litros de leite, eram adicionados nove litros de água e um de ureia. Ele criticou o "relaxamento" das indústrias em não fiscalizar os produtos para detectar a fraude.
Um dos suspeitos de integrar um esquema de adulteração de leite no Rio Grande do Sul, na sexta-feira, negou participação na fraude. Segundo o promotor Mauro Rockenbach, o suspeito - que não teve seu nome divulgado - afirmou que "só fazia o transporte, nada sabia, sequer desconfiava" da adulteração. As marcas adulteradas são: Italac (integral e semidesnatado), Líder/Bom Gosto UHT Integral, Mumu UHT Integral, Latvida UHT Desnatado.
Seis presos na operação "Leite Compen$ado" depuseram na sexta-feira na promotoria de Tapera (RS). Os outros suspeitos, porém, não responderam às perguntas e disseram que só falarão em juízo. Eles estão detidos no presídio estadual de Espumoso.