Alisson Freitas

O fim do período das águas traz aos pecuaristas preocupações em relação ao ganho de peso dos animais e perda de qualidade das pastagens. A produtividade cai, mas as doenças mais comuns na época de chuva,  como diarreias e infestações de mosca-dos-chifres e carrapatos, por exemplo, também diminuem. Porém, outros problemas podem surgir, exigindo grande cuidado dos criadores.

De acordo com a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sudeste, Márcia de Sena Oliveira, o clima frio e seco, principalmente na região Sudeste, torna essencial o acompanhamento nutricional do rebanho. “Com a redução das pastagens em função da falta de chuvas é necessário que o pecuarista faça a suplementação nutricional para suprir as necessidades mínimas para a perfeita saúde do rebanho. Animais mal alimentados podem perder peso, diminuir sua produção de leite e ficar mais suscetíveis às doenças infecciosas e parasitárias, mais comuns no período das águas”.

A pesquisadora pontua que a suplementação nutricional pode ser feita com sal proteinado, silagens, fenos de gramíneas e leguminosas, farelos e subprodutos indicados para esse fim.

Na temporada outono-inverno, as ocorrências mais contantes são as doenças respiratórias, que, segundo a pesquisadora, são de fácil identificação e devem ser tratas com auxílio de um profissional especializado. “Essas doenças têm sintomas clínicos característicos, como o aumento da produção de muco nas narinas, tosse, aumento da frequência respiratória, aumento da temperatura retal, pelos arrepiados, entre outros. Nesses casos um veterinário deve ser consultado para indicar o tratamento ideal para os animais e ajudar na estratégia de prevenção de casos futuros”.

Outra alerta é para o consumo de plantas tóxicas. Como a propriedade está com baixa disponibilidade de capim, os animais tendem a procurar outras formas de se alimentar e acabam ingerindo vegetais venenosos.

A pesquisadora também ressalta que é essencial que os pecuaristas mantenham em dia a vacinação contra as doenças de maior ocorrência na região, principalmente as do calendário oficial, como febre aftosa e brucelose

Bezerros - A categoria que mais exige atenção dos produtores na temporada de seca são os bezerros, devido à sua fragilidade nos primeiros meses de vida. O cuidado com os recém-nascidos se inicia ainda no período de gestação das matrizes, que devem ser vacinadas no periparto para que consigam fornecer aos bezerros o colostro – primeira secreção produzida pela glândula mamária após o parto - com todos os anticorpos contra as doenças que atacam os recém-nascidos.

Outro aspecto relacionado ao cuidado de bezerros é o manejo. “Esses animais devem ser mantidos em piquetes mais altos, secos e protegidos das correntes de ar. É fundamental que eles sejam bem alimentados e, logo que possível, colocados para ingerir forrageiras que estimulem a ruminação”, conclui Márcia Oliveira.

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