(*) por Luiz Tângari
Mesmo em um ambiente de persistente estagnação na economia brasileira, o setor do agronegócio é o que mais responde positivamente na composição do Produto Interno Bruto (PIB) e no saldo da balança comercial do país. O mercado agrícola ainda é líder em produtividade e competitividade no comparativo com outros segmentos da economia.
O desafio do setor para este ano que se inicia é manter um crescimento sustentável frente à ampliação da concorrência no mercado internacional de produtos primários e às condições climáticas desfavoráveis nas principais áreas de cultivo no país.
Diante desse cenário, o agricultor brasileiro deve se perguntar se ele está atualizado para enfrentar os desafios do seu tempo. É aí que a tecnologia marca posição num setor historicamente visto como “atrasado”, mas que, mesmo longe dos centros urbanos, ocupa a dianteira do que há de mais inovador e moderno.
O avanço de equipamentos high tech no campo responde à ampliação da fronteira agrícola no país e, com ela, a necessidade de novos métodos que permitam gerir a produção de modo inteligente. Nesse contexto, a chamada Agricultura de Precisão (AP) reúne um conjunto de técnicas e tecnologias voltadas para a racionalização do manejo agrário e da aplicação de insumos agrícolas, com vista a redução de gastos, aumento dos ganhos de produtividade e diminuição do impacto ambiental decorrente da atividade agrícola.
Se no lado de fora da porteira o gargalo de infraestrutura dificulta o escoamento da produção agrícola e encarece as vendas, dentro dos limites do cercado o agricultor já tem condições de gerenciar e ampliar a produção: equipamentos de TI permitem monitorar as plantações com eficiência e precisão, de modo a reduzir os custos de produtividade e, assim, compensar o impacto que o chamado “custo Brasil” gera sobre seus negócios.
Após a maior parte das lavouras do país inovar suas operações com o uso de maquinário com tecnologia de ponta, técnicas de última geração na modificação genética de sementes e insumos desenvolvidos em laboratórios internacionais, surgem novas ferramentas de TI que dispensam o uso de lápis e planilha na hora de calcular a safra, monitorar o plantio e racionalizar a aplicação de fertilizantes e defensivos.
Cabe ao pequeno, médio e grande produtor se adequarem aos novos sistemas de gestão informatizada e integrá-los à tecnologia já agregada ao maquinário e aos insumos, com vista a otimizar a tomada de decisões em tempo real.
Para 2015, a prevista supersafra norte-americana deve ampliar a oferta de commodities no mercado mundial e acirrar a competitividade desse setor. Frente ao cenário adverso, os agricultores brasileiros devem estar preparados para cobrir a oferta da concorrência e atender um mercado consumidor que se mantém aquecido. Para tal, é necessário atualizar o campo com tecnologias que permitam ao agronegócio continuar puxando o crescimento da frágil economia brasileira.
(*) Luiz Tângari é engenheiro e fundador da Strider, empresa que desenvolve soluções em TI para o agronegócio.
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