Nayara Figueiredo

Negociação com China deve garantir alta de 5% na exportação do produto nacional para 2015

A ocorrência de gripe aviária fez com que os norte-americanos caíssem 8,5% nas exportações de frango entre janeiro e maio. Agora, além de poder suprir esta lacuna do mercado externo, o Brasil está em negociação com compradores como a China, o que pode garantir uma alta de até 5% nos embarques do setor em 2015. 

Segundo balanço da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), divulgado ontem (14), neste cenário os embarques deverão atingir 4,3 milhões de toneladas no fechamento do ano, um recorde que supera os 3,99 milhões de 2014. 

Só neste primeiro semestre foram enviadas 1,99 milhão de toneladas, alta de 2% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita caiu 9,4% em dólar, para US$ 3,42 bilhões, mas o movimento da moeda norte-americana levou o faturamento em reais a um salto expressivo de 18%. 

"Há uma captura de espaço feita pela Tailândia, em função do episódio de influenza aviária nos Estados Unidos. Embora a Europa também seja uma grande importadora e exportadora, os cortes dos Estados Unidos caíram 9% e a diminuição das exportações daquele país faz com que o Brasil seja chamado", afirma o presidente da ABPA, Francisco Turra. 

A questão sanitária dos norte-americanos ainda abre precedentes para aumento nos embarques de ovos brasileiros, que subiram 41% nos primeiros seis meses deste ano, para sete mil toneladas. 

Oportunidades 

Na última segunda-feira (13), o governo do Mianmar anunciou a abertura para compra de frango brasileiro, cujas importações tiveram início ontem. Foi o terceiro mercado aberto neste ano, depois de Paquistão e Malásia, o que totaliza 158. 

"No Mianmar o consumo de carnes é de 40 quilos per capita, enquanto no Brasil é de 104 quilos, ou seja, temos um grande potencial para crescer", avalia o vice-presidente do segmento de aves da entidade, Ricardo Santin. 

Ontem, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, esteve reunida com o embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, para tratar da habilitação de novas plantas frigoríficas brasileiras que pretendem exportar carnes bovina, suína e de aves para aquele país. 

"Gostaria de deixar pré- agendada minha ida à China para buscarmos a liberação dessas fábricas na ocasião", propôs a ministra. 

Suínos 

Já a carne suína encerrou o primeiro semestre no vermelho. Queda de 5,3% em volume, para 228 mil toneladas, e 21,8% em faturamento, para US$ 552 milhões, contra US$ 706 milhões registrados no mesmo período de 2014. A Rússia, que representou 43,2% do total embarcado, aumentou as compras em 15,5%. Em contrapartida, os próximos do ranking de importações brasileiras no setor, Hong Kong, Singapura e Angola, marcaram quedas respectivas de 4,4%, 19,4% e 40%. 

"Os preços internacionais caíram, mas no segundo semestre veremos uma retomada com aumento nas exportações para a Rússia e a recente abertura para o Japão e África do Sul", estima o diretor técnico do segmento de suínos da ABPA, Jurandir Soares. 

Em uma expectativa otimista, além da recuperação das perdas, a entidade ainda acredita em um possível crescimento de até 3% para o ano. 

Para Turra, a proteína animal tem se mantido mesmo com a crise econômica. 

Fonte

CNA-SENAR

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