A Rússia informou ao Ministério da Agricultura que a partir de 2 de outubro vai incluir 10 estabelecimentos frigoríficos na lista dos que enfrentam restrições temporárias devido ao “descumprimento das exigências e normas sanitárias”. Na prática, a medida proíbe as plantas em questão de exportarem para a Rússia por tempo indeterminado.
A lista russa, informada ao governo brasileiro em ofício, inclui nove unidades de carne bovina, uma de suína e informa que duas unidades processadoras de aves falharam nos testes e não conseguirão a licença para exportar para o país. Entre os frigoríficos afetados estão seis da JBS, dois da Minerva Foods, um da Marfrig e um da BRF.
Conforme ofício assinado pelo vice-diretor do Serviço Federal de Fiscalização Veterinária e Fitossanitária da Rússia, Nikolai Vlasov, e entregue ao adido agrícola brasileiro, Rinaldo Junqueira de Barros, foram encontradas diversas irregularidades nessas unidades durante a missão veterinária que a Rússia realizou no Brasil entre os dias 30 de junho e 14 de julho deste ano.
Na área de bovinos, apesar da lista conter nove plantas, o SIF 862, da unidade da JBS em Goiânia (GO), já foi incluído na lista de restrições no dia 20 deste mês juntamente com o SIF 3062, da Marfrig em Rio Verde (GO), que não consta no ofício enviado recentemente.
Dos oito frigoríficos de bovinos restantes, cinco são da JBS – Campo Grande (MS), Andradina (SP), Barretos (SP), Ituiutaba (MG) e Marabá (PA) –, dois da Minerva, em Araguaína (TO) e Barretos (SP), e um da Marfrig, em Bataguassu (MS). Caso a Rússia confirme a imposição de novas restrições, das 56 plantas de carne bovina brasileiras cadastradas no serviço sanitário russo, cinco estarão autorizadas a exportar, 42 ficarão com restrições temporárias e quatro em controle reforçado. Outras cinco plantas aguardam o resultado de análise laboratorial de amostras previamente colhidas.
A medida deve ter impacto nas exportações brasileiras de carne bovina, que vêm batendo recorde neste ano. Apesar das muitas restrições que já impõe, a Rússia é a segunda maior compradora da carne bovina brasileira, atrás de Hong Kong. Entre janeiro e agosto, os russos importaram 209,9 mil toneladas do produto. As exportações totais brasileiras somaram 944 mil toneladas.
Dentre as justificativas mais graves encaminhadas no ofício estão a falta de comprovação documental de que os estabelecimentos haviam sido fiscalizados por representantes do serviço sanitário brasileiro, falta de correções em inconformidades encontradas em 2011 e 2012 e falta de controle sobre o uso de estimulantes de crescimento nas carnes exportadas. A Rússia proíbe o uso de promotores de crescimento como a ractopamina em bovinos e suínos.
Fonte
Jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
Tags:
© 2024 Criado por Soc. Mineira de Eng. Agrônomos. Ativado por