A produção de algodão em Minas Gerais deverá alcançar cerca de 31,5 mil toneladas, o que se confirmado representará crescimento de 19,8% frente ao volume gerado na safra anterior. A retomada dos preços e a demanda aquecida são fatores que estimularam o aumento do plantio da safra no país. Um dos grandes desafios para o desenvolvimento da safra atual era o combate à lagarta Helicoverpa armigera, que somente na safra passada causou prejuízos da ordem de R$ 15 milhões em Minas Gerais. Várias ações foram implantadas nas regiões produtoras para o controle. Segundo o diretor executivo da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa), Lício Pena, os investimentos dos produtores em ações para combater o avanço da praga foram eficazes e as lavouras não foram prejudicadas. "A aplicação de defensivos em conjunto pelos produtores foi fundamental para que conseguíssemos controlar a infestação da Helicoverpa, que era a grande ameaça da safra. Essas ações também foram eficazes contra a lagarta pseudoplúsia, que infestou a cultura de forma inesperada", ressalta Pena. Com o controle das pragas, o único temor atual dos produtores é a estiagem prolongada. De acordo com Lício Pena, a falta de chuvas aliada às altas temperaturas têm interferido de forma negativa no desenvolvimento da safra de algodão. "Em janeiro, tradicionalmente, é registrado um período de veranico, porém este ano a estiagem acontece em conjunto com as altas temperaturas. Os produtores que plantaram tardiamente a safra estão registrando perdas mais significativas, uma vez que o enraizamento da planta ainda é superficial, o que dificulta a absorção de nutrientes essenciais para o desenvolvimento. Ainda é muito cedo para estimarmos quais serão as perdas, mas a produtividade será afetada", avalia. Levantamento - De acordo com levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de algodão em pluma em Minas Gerais deve aumentar 19,8% na safra 2013/14, alcançando 31,5 mil toneladas do produto. Também é esperada recuperação da produtividade, que deve ser de 1,4 tonelada por hectare, aumento de 10,3% frente à registrada no período produtivo anterior. A área destinada ao cultivo é de 21,7 mil hectares, incremento de 8,5% frente a área utilizada anteriormente. Segundo os técnicos da Conab, fatores como a recuperação dos preços internos ao longo de 2013, favorecida pela oferta mais restrita; a elevação das cotações no mercado externo com tendência de permanecerem em patamares favoráveis; os atuais níveis de preços de mercado das commodities concorrentes, notadamente milho, justificam o incremento na área plantada com algodão em Minas Gerais. Em relação ao mercado, as estimativas são positivas e os valores praticados são considerados suficientes para cobrir os custos com a produção e garantir lucro aos produtores. Em Minas Gerais, os preços pagos pela arroba de pluma estão em torno de R$ 74. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em janeiro, o Indicador Cepea/Esalq para o algodão em pluma fechou com alta de 8%, o maior aumento mensal desde fevereiro de 2011. A elevação foi atribuída aos estoques apertados no mercado brasileiro e à firme demanda.
Fonte
CNA-SENAR
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