O comportamento das commodities tem sido uma "surpresa positiva" ao cenário de riscos inflacionários do Banco Central, segundo avaliação do economista Antônio Madeira, da LCA Consultores. Para ele, é provável que os preços dessas matérias-primas só voltem a subir no segundo semestre deste ano, com a expectativa de melhora dos indicadores das principais economias do mundo. "Em curto prazo, continuamos visualizando um quadro que favorece o controle da inflação brasileira", afirmou Madeira.
De acordo com o Índice de Commodities do Banco Central (IC-Br), divulgado ontem, o preço médio das commodities internacionais com impacto na inflação brasileira caiu em abril pelo quarto mês consecutivo e acumula no ano queda de 7,89%.
Nas atas das últimas duas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), o colegiado responsável por definir o nível da taxa básica de juros destacou evidências de "acomodação" dos preços das commodities nos mercados internacionais. No acumulado do primeiro quadrimestre, os preços internacionais das commodities recuou 5,22%, segundo dados do Índice Commodity Research Bureau (CRB), que mede a variação de uma cesta de commodities e é considerado uma referência mundial para o mercado de matérias-primas.
Segundo Madeira, a queda no preço das commodities está relacionada à piora dos indicadores de atividade da China, dos Estados Unidos e da Alemanha, responsáveis pela maior demanda desses produtos.
A trajetória de redução de preços decorre da lenta recuperação da atividade global - que puxa para baixo os preços das commodities metálicas (queda acumulada no ano de 10,59% apurada pelo IC-Br) e energéticas (queda de 5,55%) - e da melhora na oferta dos grãos, que favorece o recuo dos preços dos produtos agropecuários (7,75%).
Fonte:CNA-SENAR
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