Começa na próxima semana o plantio da Soja para a safra 2013/14 nas principais áreas de cultivo do Brasil



A produção do período 2012/13 foi recorde. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta um resultado de 187,1 milhões de tonel das de grãos e área plantada de 53,3 milhões de hectares. As projeções para o plantio que começa agora são ainda mais exuberantes. 

A consultoria Agroconsult estima a produção de 192,5 milhões de toneladas de grãos (2,9% a mais em relação aos resultados da Conab para 2012/13) e 545 milhões de hectares de área plantada. "Temos um ciclo positivo de oito safras seguidas e, novamente, a produção dos Estados Unidos não será boa", resume Fábio Meneghin, analista da Agroconsult. 

Ao contrário do plantio iniciado com tempo seco, como ocorreu em 2012/13, há previsão de chuvas nas regiões de cultivo. Espera-se redução da semeadura de Milho. Com a superprodução de 2012/13, o produto perdeu rentabilidade em relação à Soja. A consultoria Safras & Mercado prevê queda de 13% na área do Milho e avanço de 4% a 8% na de Soja. Juntas, as duas culturas respondem por 85% do volume de grãos produzidos no Brasil. 

Apesar da redução das cotações das commodities agrícolas em dólares, a desvalorização do real (alta da moeda estrangeira em reais), de 5,9% nos últimos três meses, favorece os produtores. "Os preços em reais deste ano tendem a ser iguais ou superiores aos de 2013", diz o economista Lucílio Alves, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP). Na quinta-feira, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) reduziu em 3% a estimativa de produção norte-americana de Soja em 2013/14, para 85,7 milhões de toneladas, o que aponta para boa demanda. 

O bom momento do agronegócio brasileiro se reflete também na forte procura de insumos, máquinas e implementos. "Enquanto outros setores da indústria estão chorando, estamos num período de ouro", diz Gilberto Zancopé, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). De janeiro a julho deste ano, o setor registrou faturamento de R$ 12,3 bilhões, com expansão de 16,3% ante igual período de 2012. 

A Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) também mostrou avanço de 5,5% entre janeiro e julho deste ano em relação a 2012, com 15 milhões de toneladas de fertilizantes entregues ao consumidor final. As projeções apontam novo recorde histórico neste ano: entregade até 30,5 milhões de toneladas de fertilizantes. "O forte ritmo das vendas de insumos e máquinas mostra o aumento do padrão tecnológico e da produtividade do setor", observa Luiz Carlos Carvalho, presidente da Associação Brasileira do agronegócio (Abag). 

O otimismo do agronegócio tromba na desastrosa situação da Infraestrutura. Após a alta de mais de 30% nos custos de frete na safra 2012/13, reajustes no preço do diesel e da mão de obra previstos para este ano devem encarecer mais uma vez a conta e espalhar insegurança na negociação dos contratos futuros. / Colaborou Danielle Villela 

Baixa produção 

Foi ruim, mas nem tanto quanto o esperado. A retração de 0,3% da atividade econômica no mesmo mês em que as vendas ao varejo cresceram 1,9% mostra, outra vez, que a oferta não acompanha o consumo. E indica volatilidade, o que não é bom, porque, a um só tempo, é fruto de insegurança e produz insegurança. Reforça-se a tendência de que o PIB do terceiro trimestre seja negativo, mas talvez menos do que se imaginava.

Fonte

CNA-SENAR

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