(Por Niu Shuping e Fayen Wong)

As importações de soja da China deverão saltar 38 por cento em novembro, com compradores, estimulados por melhoria das margens de esmagamento, correndo para assegurar carregamentos baratos nos Estados Unidos, onde está em andamento uma colheita recorde, disseram analistas da indústria nesta quarta-feira.

As maiores compras do país que mais importa soja no mundo devem dar sustentação aos preços de referência da oleaginosa, que no mês passado caíram ao menor patamar desde o início de 2010, pressionados pela safra norte-americana. Os preços acumulam perdas de 23 por cento este ano.

As importações de soja da China deverão subir para 5,81 milhões de toneladas em novembro e para 6,8 milhões em dezembro, acima das 4,2 milhões de toneladas de outubro, disse o Centro Nacional de Informações de Grãos e Óleos da China (Cngoic, na sigla em inglês).

As menores importações em outubro, abaixo do volume de 5,03 milhões de toneladas em setembro, provocaram aperto na oferta em partes do país e elevaram o preço do farelo de soja, usado na ração animal e principal produto do esmagamento da soja.

"As margens de esmagamento melhoraram muito desde outubro. Os preços da soja dos EUA estão baixos e uma recuperação nos preços do farelo e do óleo deve dar às indústrias melhores margens, disse Li Lifeng, analista de um website do setor. (www.cofeed.com)

Compradores chineses encomendaram 30 carregamentos, ou cerca de 1,8 milhão de toneladas, de soja dos Estados Unidos na semana passada com embarque no primeiro trimestre do próximo ano, disse um analista do Cngoic.

A compra está acima da média de 1,25 milhão de toneladas de importações por semana registrada em setembro.

As margens permanecem em cerca de 200 iuanes (32,7 dólares) por tonelada de soja processada em farelo e óleo, ante perdas de cerca de 500 iuanes por tonelada no primeiro semestre deste ano, disseram os analistas.

No início deste ano, importadores chineses deram calote em pelo menos 500 mil toneladas de soja dos Estados Unidos e do Brasil, equivalentes a 300 milhões de dólares, maior volume em uma década, com a fraca demanda por ração animal, depois que surtos de gripe aviária somaram-se a grandes importações que afetaram as margens de lucro das indústrias naquela época.

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