Expectativa era do que o governo anunciasse no meio da tarde desta quinta-feira (02) o novo valor do preço mínimo do café pelo Ministro da Agricultura, Antônio Andrade, mas coletiva foi cancelada por falta de assinaturas dos ministros para validar a decisão. Em reuniões que se estendem desde a última semana, o Conselho Monetário Nacional (CMN) quer estipular o valor mínimo para o grão em R$ 307,00 por saca de 60 quilos.
No entanto, o presidente da Cooperativa de São Sebastião do Paraíso (Cooparaíso) e ex-ministro, Carlos Melles, defende que o valor ideal para o mercado seria R$ 340/sc e lembra que o preço mínimo é referência para a criação de políticas governamentais para financiamento de safra, colheita, comercialização, armazenagem, programa de opção e PEPRO.
Ao contrário do que se especula, o valor não impacta no bolso do consumidor, muito menos na inflação. Para Melles, “o governo tem que servir de muralha e proteção para o produtor” a fim de estimular a produção da cultura existente em mais de 1.800 municípios brasileiros.
Ainda insuficiente, o valor de R$ 340/sc só se faz eficiente para a cultura do café no Brasil se adicionado em políticas públicas semelhantes às de 2002, visto que, de lá pra cá, os custos para produzir foram muito elevados e a média de produtividade brasileira é de 20 sacas por hectares.
Sem previsão para efetivar o anúncio do reajuste, o setor deve continuar a amargar muita volatilidade tanto no mercado físico quanto no internacional, haja vista que a safra brasileira está em curso. “Mais uma vez o governo não aprendeu, não ajuda o produtor, não tem a mínima sensibilidade e não faz o dever de casa que é a responsabilidade dele: botar um plano de safra em março porque agora a safra já está em curso”.