Na Reuters: Economistas pioram projeções para inflação e crescimento do PIB em 2015

Os economistas do mercado financeiro aumentaram sua estimativa de inflação para este ano, ao mesmo tempo em que baixaram sua previsão para o crescimento da economia brasileira em 2015, segundo pesquisa conduzida pelo Banco Central na semana passada com mais de 100 instituições financeiras.

De acordo com o levantamento, que dá origem ao relatório de mercado, também conhecido com Focus, divulgado nesta segunda-feira (12), a expectativa dos economistas dos bancos para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2015 subiu de 6,56% para 6,60% na última semana. Foi a segunda alta seguida do indicador. Para 2016, a previsão ficou estável em 5,70%.

A meta central de inflação para este ano e para 2016 é de 4,5%, com tolerância de dois pontos para mais ou para menos. O teto do sistema de metas, portanto, é de 6,5%. Deste modo, a previsão do mercado para o IPCA neste ano segue acima do teto. Em 2014, a inflação somou 6,41%, o maior valor desde 2011.

Leia a notícia na íntegra no site do G1, em Brasília

Economistas de instituições financeiras pioraram pela segunda semana seguida suas projeções para a inflação e o crescimento econômico neste ano, elevando também a perspectiva para a alta dos preços administrados.

De acordo com a pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira, a projeção para a alta do IPCA de 2015 foi elevada a 6,60 por cento, contra 6,56 por cento anteriormente, mantendo-se acima da meta do governo de 4,5 por cento, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

Uma fonte de pressão são os preços administrados, cuja projeção para este ano subiu a 8 por cento, contra 7,85 por cento.

Para 2016, a projeção de inflação foi mantida em 5,70 por cento, com a inflação dos preços administrados estimada em 6 por cento, contra 5,80 por cento antes.

No ano passado o IPCA terminou muito próximo do limite máximo do objetivo, com avanço de 6,41 por cento, o que mantém a pressão para o BC conter a alta dos preços.

Já a estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto neste ano caiu a 0,40 por cento, 0,10 ponto percentual a menos do que no levantamento anterior. A expectativa para a 2016, entretanto, é melhor, com a projeção de crescimento sendo mantida em 1,80 por cento.

Para 2014, após renovados sinais de fraqueza da economia, os economistas consultados reduziram a projeção para o crescimento da economia a apenas 0,11 por cento, contra 0,15 por cento antes.

Na última quinta-feira, o IBGE divulgou que a produção industrial brasileira recuou 0,7 por cento em novembro do ano passado sobre o mês anterior, num resultado inesperado que indica a possibilidade de a economia como um todo ter contraído em 2014.

A expectativa agora recai sobre a divulgação na quarta-feira dos dados de novembro das vendas no varejo, setor que também vinha mostrando dificuldades no ano passado.

Em relação à Selic não houve alteração na expectativa de que a taxa básica de juros, atualmente em 11,75 por cento, encerrará este ano a 12,50 por cento e 2016 a 11,50 por cento. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) acontecerá nos dias 20 e 21 de janeiro.

Entretanto, o Top-5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções, passou a ver a Selic a 12,75 por cento ao final de 2015, contra 12,50 na semana anterior.

O BC vem ressaltando que fará o que for necessário para reduzir a inflação, mas reconhece que ela tende a mostrar resistência no curto prazo. Uma fonte de pressão neste ano tende a ser o dólar, cuja projeção no Focus neste ano é de 2,80 reais, sem alterações.

(Por Camila Moreita; Edição de Alexandre Caverni)

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