O representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no Brasil, Alan Bojanic, afirmou nesta terça-feira (4), durante o Fórum Abag Estadão, em São Paulo, que o Brasil terá no futuro um papel preponderante na tarefa de prover alimentos para o mundo.

Cidade recebe incentivo para práticas sustentáveis (Foto: Paulo Filgueiras/Divulgação)Cidade recebe incentivo para práticas sustentáveis (Foto: Paulo Filgueiras/Divulgação)

"Se hoje o país é o segundo maior exportador global de alimentos, em volume, em dez anos pode se tornar o número um no ranking, tanto em volume como em valores", disse. A avaliação de Bojanic tem como base o Relatório FAO OCDE 2015-2024, estudo da FAO em conjunto com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre perspectivas para a agricultura brasileira nos próximos dez anos.

Bojanic salientou que dados atualizados apontam para uma população global de 9,7 bilhões de pessoas em 2050, 37% maior que a população atual. Para prover alimentos para todos, a produção mundial de alimentos deverá crescer 80%.

Esta demanda virá essencialmente de uma população urbana e concentrada em países em desenvolvimento. O Brasil terá de superar importantes entraves para fazer frente a este desafio, segundo o relatório. Entre eles pode-se citar problemas como o escoamento da safra (logística, rodovias, portos e armazenamento), falta de tecnologia e assistência técnica entre pequenos e médios produtores e questões regulatórias e de governança.

Segundo Bojanic, a demanda por proteína animal deve aumentar consideravelmente nas próximas décadas. A estimativa é de que, até 2050, a produção de carne precisará aumentar em 200 milhões de toneladas. Novos ganhos de produtividade serão fundamentais, especialmente no Brasil, para dar conta da demanda. Bojanic ressaltou, porém, que estes ganhos devem ser alcançados por meio de práticas sustentáveis. Políticas como o Código Florestal e o Programa ABC, segundo o representante da FAO, são favoráveis a esse objetivo.

Ele chamou a atenção, ainda, para a importância de se incluir os pequenos e médios produtores no processo de atendimento da demanda global. Segmentos como os do café, frutas tropicais, suínos e aves têm grande potencial para contribuir com esta tarefa.

Fonte

Globo Rural

 

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