China é o maior produtor, consumidor e importador de arroz, com demanda interna anual de 147 milhões de toneladas
No Seminário sobre as Perspectivas para o Agribusinessem 2013 e 2014 realizado nesta terça-feira (28/05) em São Paulo pela BM&F, Gavin Maguire, colunista da Thomson Reuters, traçou um cenário ainda indefinido para o mercado de milho nos próximos meses. Segundo ele, devido o atraso no plantio da safra norte-americana ainda há dúvida sobre o desenvolvimento das lavouras e a qualidade da produção norte-americana, o que deve manter a pressão altista sobre os preços do grão.
"Por outro lado, o maior volume de exportações internacionais tem sido verificado a partir da América Latina e a safra brasileira será em volume recorde -- cerca de 4,5 milhões de toneladas a mais que o projetado em maio pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda, sigla em inglês) o que deve pressionar os cotações para baixo", disse Maguire.
Segundo ele, a desvalorização do yen tem prejudicado as compras do Japão ( grande importador, com compras que devem ultrapassar as 15 milhões de toneladas este ano),o que também ajuda a esfriar o mercado.
Liderança chinesa
Maguire recomenda que os países com volume exportável estreitem relações com a China, "que é atualmente o player mais astuto do mercado mundial", disse. As importações da China devem ultrapassar as 7 milhões de toneladas, a despeito da produção interna de 212 milhões de toneladas de milho.
Ainda no tocante a demanda chinesa, Maguire ressaltou o potencial consumidor do país em relação ao arroz. "A China é o maior produtor, consumidor e importador de arroz, com demanda interna anual de 147 milhões de toneladas, o que vem a ser um problema para o setor, devido a alta concentração. As compras da China crescem, não por problemas na safra interna, mas por uma mudança de hábitos que tende a se consolidar: a de que muitos chineses estão deixando de comer outros alimentos mais caros, para comer arroz que é mais barato.
O mercado de soja também estará nas mãos dos chineses, que na safra 2013/14 devem produzir pouco mais de 12 milhões de toneladas de soja, para um consumo estimado em 78,63 milhões de toneladas, segundo projeções do Usda, o que fará o país adquirir cerca 69 milhões de toneladas no mercado internacional.
Fonte: Revista Globo Rural