Em relatório publicado no dia 20 de outubro de 2015, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) destacou a retração no valor das exportações e importações da região. A indústria automobilística do Brasil foi citada como exemplo do cenário de desaceleração econômica. Em 2015, sua capacidade será reduzida pela metade.

O valor do comércio exterior do país ao exterior terá queda de cerca de 16%.

Segundo a agência da Organização das Nações Unidas (ONU), o baixo crescimento mundial, atrelado à incapacidade das economias desenvolvidas de retomar os níveis de crescimento e consumo do período pré-crise, contribui para a redução das remessas da América Latina. A recente desaceleração da China também está afetando a região, que exporta grandes volumes para o país. Dados de 2013 indicavam que 19% das exportações brasileiras iam para o mercado chinês. Em 2014, o Brasil foi responsável por 75% das exportações agrícolas regionais para a nação oriental.

De acordo com a Cepal, os últimos três anos (2013, 2014 e 2015) apresentam a pior contração em oito décadas nas exportações da América Latina e Caribe. Para esse ano, estima-se uma retração de 14% no valor das vendas ao exterior.

No Brasil, o cenário global de desaceleração se reflete na queda da produção de determinados segmentos. A indústria automobilística, por exemplo, terá sua capacidade produtiva reduzida a 50% em 2015, índice que se manterá estagnado em 2016. Embora, ainda nesse ano, esteja previsto um aumento de 1% no volume de exportações brasileiras, o valor dessas transações deve apresentar uma queda de 15,1%. Para a Cepal, o saldo positivo referente aos volumes não vai conseguir sustentar a queda dos preços (-16,1%).

A agência da ONU também apontou que a recessão no país e o consequente ajuste macroeconômico são responsáveis por uma forte contração nas importações brasileiras, cujo valor terá uma queda projetada de 22,6% em 2015. A contração é negativa para a economia regional, mas benéfica para o Brasil, que conseguirá sair de uma situação de déficit, verificada em 2014, para alcançar um superávit de cerca de 13,8 bilhões de dólares.

A depreciação da moeda brasileira também foi tema do levantamento, que ressaltou processo semelhante de desvalorização em países da América Latina e também nas nações do BRICS, com a exceção da China. Para a Cepal, o fraco desempenho das moedas sul-americanas tem provocado a estagnação do comércio intrarregional. Entre membros do Mercosul, houve uma queda de 23% nas trocas comerciais, durante o primeiro semestre de 2015. Entre Brasil e Argentina, a redução foi de 17%.

Veja o relatório na íntegra aqui (em espanhol).

FONTE

ONU Brasil

 

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