A balança comercial do agronegócio encerrou abril com superávit (exportações maiores que importações) de US$ 8,1 bilhões. O volume resulta de US$ 9,6 bilhões em vendas externas e US$ 1,4 bilhão em compras do Brasil no exterior. No primeiro quadrimestre, a balança agropecuária acumula saldo positivo de US$ 24,1 bilhões. As exportações somam US$ 29,8 bilhões no acumulado do ano. Os números foram divulgados ontem (09/05/14) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

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As exportações do complexo soja (óleo, farelo e grão) lideraram em valor e volume embarcado, somando 9,7 milhões de toneladas, 13,8% mais do que em igual mês de 2013, e arrecadação de US$ 4,9 bilhões, 9,4% mais do que no ano passado. O valor da commodity registrou recuo de 3,8%, compensado pela quantidade vendida.

O setor de carnes aparece em segundo lugar, com 541 mil toneladas embarcadas, 2,3% mais do que em abril de 2013, e receita de US$ 1,4 bilhão, 6% inferior ao do ano passado. O produto registrou recuo de 8,2% no preço médio entre abril de 2013 e igual período de 2014, o que explica a diminuição no ingresso financeiro apesar da alta no embarque.

A queda de preços nas commodities (produtos primários com cotação internacional) era um fenômeno previsto por especialistas para 2014. O minério de ferro e o petróleo, que não estão na pauta da balança agrícola, enfrentam movimento semelhante. Apesar disso, o saldo das exportações e importações de produtos agropecuários tem se mantido superavitário principalmente em função do volume vendido. A balança comercial brasileira acumula déficit de US$ 5,56 bilhões de janeiro a abril.

Egito embarga carne bovina de Mato Grosso devido a caso de vaca louca

O Egito decidiu embargar por 180 dias a carne bovina de Mato Grosso, após a descoberta de um caso de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), popularmente conhecida como doença da vaca louca, em uma unidade do Frigorífico JBS/Friboi em Mato Grosso. A informação foi confirmada ontem (09/05/14) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

As compras do Egito representam 9,62% do total das exportações de carne brasileira. No ano passado, o estado do Mato Grosso foi responsável por 53,8 mil toneladas de carne do total de 144,7 mil toneladas exportadas por todo o país.

Ontem (09/05), o ministério também confirmou o embargo temporário de 180 dias pelo Peru. No caso desse país, o embargo é válido para carne oriunda de todo Brasil, diferentemente do Egito que restringiu apenas a entrada de produtos de Mato Grosso.

No último dia 2, o Ministério da Agricultura informou ter recebido do laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal(OIE) a confirmação da doença, mas ainda falta saber se é um caso atípico ou um caso clássico. O ministério espera receber o diagnóstico do laboratório até o próximo dia 12.

Exames realizados no Laboratório Nacional Agropecuário de Pernambuco concluíram que é um caso atípico, quando a doença surge de forma esporádica e espontânea e não está relacionada à ingestão de alimentos contaminados. O caso clássico, o mais perigoso, envolve contaminação por intoxicação alimentar e, segundo o ministério, não há indícios de que isso tenha ocorrido.

Para confirmar que o caso é atípico, foram identificados 49 animais nascidos um ano antes e um ano depois do registro do caso da vaca louca. Todas as amostras deram negativo para a doença. O resultado faz o ministério acreditar que a vaca contraiu a doença por velhice e não por intoxicação.

Segundo o JBS/Friboi, a carne não chegou a entrar no mercado de consumo. A doença da vaca louca é causada por uma proteína chamada príon, que pode ser transmitida a bovinos e caprinos quando alimentados com ração de farinha contendo carne e ossos de animais contaminados. Além de causar a morte dos animais, a doença pode infectar seres humanos.

No ano passado, após a confirmação de um caso de doença da vaca louca em um animal morto em 2010 em Sertanópolis (PR), vários países suspenderam a compra da carne brasileira, embora também se tratasse de EEB atípica.

OIE não alterou a classificação de risco do Brasil para a doença, que continua insignificante. Os países que deixaram de comprar carne foram o Japão, a China, o Peru, o Líbano, a Coreia do Sul, Arábia Saudita, África do Sul, Ilha de Taiwan, a Jordânia e o Chile.

FONTE
Agência Brasil
Mariana Branco - Repórter
Beto Coura - Edição

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