A balança comercial do agronegócio teve superávit de US$ 72,1 bilhões de janeiro a outubro deste ano, valor 7,2% acima do registrado no mesmo período de 2012 (US$ 67,2 bilhões) e o maior da série histórica para o período. O bom desempenho do agronegócio não foi suficiente para garantir saldo positivo da balança comercial brasileira, que até agora tem déficit de US$ 1,832 bilhão, pressionada pelas importações recordes de US$ 202,3 bilhões de janeiro a outubro.
 
O levantamento, divulgado ontem pelo Ministério da Agricultura, mostra que as exportações do agronegócio somaram US$ 86,4 bilhões, valor 6,9% superior ao de janeiro a outubro de 2012.
 
O valor correspondeu a 43,1% das exportações do País no período (US$ 200,4 bilhões), a segunda maior participação da série histórica, inferior apenas aos 43,6% de 2009. Já as importações do agronegócio de janeiro a outubro somaram US$ 14,29 bilhões, valor 5% acima do registrado em igual período do ano passado (US$ 13,6 bilhões).
 
O estudo revela que os produtos de origem vegetal foram os que mais contribuíram para o aumento de US$ 5,54 bilhões nas exportações do agronegócio. O complexo soja teve participação de 82% na expansão das vendas, seguido de cereais, farinhas e preparações com 19,6% e das carnes com 17,7%.
 
No geral, o principal setor em valor exportado foi o complexo soja, com US$ 29,19 bilhões, 18,4% superior ao de janeiro a outubro de 2012. As vendas externas de soja em grãos foram responsáveis por 76,9%, somando US$ 22,44 bilhões. O valor é 30,5% superior ao acumulado no mesmo período de 2012.
 
O aumento se deve à ampliação em 29,5% da quantidade embarcada, de 32,52 milhões para 42,1 milhões de toneladas, em conjunto com a expansão de 0,8% no preço médio, dizem os técnicos. As exportações de farelo de soja somaram US$ 5,57 bilhões e 11,2 milhões de toneladas (alta de 0,4%, em valor e queda de 10,7% em volume), As de óleo somaram US$ 1,19 bilhão (queda de 37,8% em valor e 28% em volume).
 
Carnes
 
O estudo mostra que o segundo setor do ranking de exportações foi o complexo carnes, cujas vendas alcançaram US$ 13,96 bilhões de janeiro a outubro. Os técnicos destacam principalmente as exportações de carne de frango (US$ 6,25 bilhões), 5,6% superiores ao mesmo período do ano anterior. O crescimento foi determinado pela expansão de 7,2% no preço médio, que mais do que compensou a queda de 3,12 milhões para 3,07 milhões de toneladas.
 
As exportações de carne bovina somaram US$ 5,46 bilhões e cresceram 14,8% em valor. Ao contrário da carne de frango, o aumento das vendas de carne bovina foi alcançado pela expansão em 20,8% da quantidade embarcada (de 1,02 milhão para 1,24 milhão de toneladas), suplantando a queda de 4,9% no preço médio. As vendas externas de carne suína foram 7,8% inferiores ao acumulado em 2012, somando US$ 1,15 bilhão. O aumento de 2,3% no preço médio não foi suficiente para compensar a queda de 9,9% na quantidade embarcada.
 
O complexo sucroalcooleiro ficou em terceiro lugar com exportações de US$ 11,64 bilhões no acumulado de janeiro a outubro deste ano. As vendas de açúcar corresponderam a 85,4% desse montante (US$ 9,94 bilhões), 2,7% inferiores ao mesmo período do ano passado.
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