Nos sete primeiros meses de 2015, comparados ao mesmo período de 2014, registram-se casos de desvalorizações que chegaram a desestimular vendas tradicionais como as do complexo soja. O Brasil embarcou 40,69 milhões de toneladas de soja em grão – 7,5% a mais que em igual período do ano passado -, mas a receita obtida, de US$ 15,73 bilhões, foi 18,4% menor, porque o preço médio diminuiu de US$ 509 para US$ 386 por tonelada.

Milho em grão teve expressivo aumento de 83,8% nas exportações, de modo a compensar a defasagem de -8,87% na média dos preços internacionais, que caíram de US$ 201,97 para US$ 184,06 por tonelada. A queda de preços também afetou a comercialização de carnes, que somaram US$ 8,4 bilhões no período, dos quais 49,3% correspondem a carne de frango e 38,1% a bovina.

As exportações de carne de frango cresceram 5,2% em quantidade. Entretanto, a retração no preço médio (de US$ 1.974 para US$ 1.731 por tonelada) resultou na redução de 7,7% na receita do produto.

A carne bovina teve queda de 21,4% na receita, que caiu de US$ 4,07 bilhões para US$ 3,20 bilhões, tanto por causa do preço, que baixou de US$ 4.611,19 para US$ 4.307,30 por tonelada, quanto pela redução de 17% nas vendas externas.

O complexo sucroalcooleiro também registrou queda de 15,7% na receita de US$ 4,68 bilhões, embora a quantidade exportada tenha sido igual, de 13,3 milhões de toneladas. Isso ocorreu porque o açúcar, responsável por 91,4% do valor exportado (US$ 4,28 bilhões), teve o preço médio reduzido de US$ 394 para US$ 337 por tonelada.

Entre os principais produtos de exportação do agronegócio, só o café teve cotação para cima. O preço médio do café em grão, por exemplo, passou de US$ 2.801,70 para US$ 2.949,49 por tonelada ( 5,27). Com isso, mesmo com a queda de 1,1% no volume exportado, a receita somou US$ 3,62 bilhões, com ganho de 3,8% no saldo.

Os preços externos estão desvalorizados para quase todas as commodities (produtos básicos com cotação internacional, principalmente agrícolas e minerais). Os números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mostram quedas de 51,04% para ferro e seus concentrados, de 48,48% para petróleo bruto, de 23,58% para alumínio e seus derivados, bem como de 9,33% para cobre e seus agregados.

Japão abre mercado para ovos do Brasil

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) recebeu comunicado oficial do governo japonês informando que o país asiático abrirá seu mercado à importação de ovos do Brasil. Os japoneses aceitaram a certificação sanitária apresentada pelo governo brasileiro para liberar as importações de ovos e derivados.

Com isso, o Brasil retoma a possibilidade de exportar ovos para um dos maiores consumidores mundiais do produto. O Japão é também um mercado importador de referência para outros países.

No ano passado, o Japão importou 17 mil toneladas (US$ 70,9 milhões) de ovos e gema, principalmente dos Estados Unidos, da China, da Índia e da Tailândia. Também em 2014, o Brasil exportou o equivalente a US$ 16 milhões do produto, em especial para os Emirados Árabes, Angola e a Bolívia.

FONTE

Agência Brasil
Stênio Ribeiro – Repórter
Armando Cardoso e Beto Coura – Edição

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