O seminário AgroInvest Brasil 2013, promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Xangai, comprovou o enorme interesse da China pelo agronegócio brasileiro. A previsão inicial de 150 participantes dos dois países acabou duplicada para 300, com a presença de executivos de bancos, como o HSBC, o Santander e o Banco do Brasil, entre outros; dos cinco maiores fundos de investimento da China e da estatal chinesa de alimentos, Bright Food Group, que tem uma pesada estratégia para investir no exterior.
O Agroinvest em Xangai foi o ponto alto da missão empresarial da CNA, liderada por sua presidente, senadora Kátia Abreu. Ela abriu o encontro apresentando a história de sucesso da agropecuária brasileira. Em 40 anos, o Brasil saiu da condição de importador de alimentos e, com um ganho de 300% em produtividade, passou a disputar a liderança mundial do setor com os Estados Unidos.
Na presença do diretor do ministério do Comércio da China, Wu Guo Liang, e do vice-diretor da AQSIQ - a agência chinesa de vigilância sanitária que tem estatus de ministério -, a presidente da CNA cobrou uma solução para o embargo à carne bovina brasileira, declarado no final de 2012. "Precisamos suspender o embargo da carne, imposto sem nenhuma razão técnica", disse ela, ao citar promessa da AQSIQ de visitar o Brasil até 15 de dezembro para inspecionar frigoríficos. Ela também cobrou mais agilidade na habilitação de novos frigoríficos e se queixou da escalada tarifária que penaliza alimentos processados que o Brasil exporta para a China.
Para dar a dimensão exata do tamanho e da diversidade da agropecuária brasileira e das potencialidades de investimento no Brasil, a missão da CNA reuniu presidentes de sete Federações da Agricultura nos estados (MS, MG, CE, ES, MA, RR, AP) e dirigentes de entidades setoriais - como soja, algodão, celulose e frigoríficos. Também participaram da série de painéis sobre as cadeias do agronegócio a cúpula do Senar nacional e dos estados, além de expoentes do quadro técnico da CNA.
“O seminário apresentou, com precisão, um panorama de oportunidades com dados e possibilidades concretas de investimentos e os caminhos para que as parcerias possam ser desenvolvidas”, resumiu, ao final do encontro, o ex-embaixador brasileiro na China e consultor da CNA, Clodoaldo Hugueney.
Segundo o vice secretário-geral do Conselho Chinês para a Promoção de Comércio Internacional (CCPIT) em Xangai, Yu Chen, a China demanda cada vez mais alimentos. “O governo também encoraja muito o desenvolvimento de nossas empresas no exterior”, afirmou, destacando que os investimentos fora de seu país este ano vão ultrapassar 80 bilhões de dólares.
Presidente da CNA, Senadora Kátia Abreu, ao lado da consulesa geral do Brasil em Xangai, Ana Cândida Perez
“A China fica muito distante do Brasil, mas isso não é dificuldade”, disse o representante da CCPIT. Para que não haja dúvida e de olho nos bilhões que a China ainda vai investir, a CNA aproveitou o seminário para lançar o Portal Agroinvest Brasil (www.agroinvestbrasil.com), uma plataforma em três idiomas - português, inglês e mandarim - que funcionará como uma vitrine de projetos e de oportunidades de investimentos on line, facilitando a concretização de negócios. “O portal apresenta projetos de forma mais detalhada e contribui para romper a barreira da língua, aproximando compradores e vendedores. Além disso, dará continuidade à ação que foi iniciada neste seminário”, explicou o presidente do Instituto CNA, Moisés Gomes.
Ao encerrar o painel sobre as potencialidades das exportações brasileiras de alimentos para a China, o ex-ministro e consultor da CNA, Roberto Brant, destacou que “o Brasil deixou claro que tem todas as condições de atender o aumento da demanda chinesa por alimentos, seja pela fartura de terras e de água, seja pelos ganhos de produtividade. Estamos prontos e com os olhos voltados para a China”, concluiu.
Fonte
Assessoria de Comunicação CNA
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