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Produtores terão seis meses para se adequar à nova legislação para o cultivo das mudas |
Produtores de mudas de seringueiras têm seis meses para se adequar à nova legislação vigente no Estado. A partir de janeiro de 2015, as plantas deverão ser produzidas, obrigatoriamente, em bancada com 40 centímetros de altura e com a utilização de recipientes com substrato. Até lá, deve ser feito o cadastramento na Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA). Quem produz as mudas no sistema tradicional (diretamente no solo ou em sacolas plásticas com terra), tem até o dia 31 de dezembro do ano que vem para comercializar sua produção.
As notificações aos produtores de mudas e jardins clonais de seringueira para que realizem os cadastros dos viveiros já está sendo feito pelos Escritórios de Defesa Agropecuária (EDA), mas vai ser intensificada nas regiões de Barretos, Rio Preto, Votuporanga,Catanduva, Fernandópolis, General Salgado e Jales, que respondem por aproximadamente 90% da produção de mudas do Estado de São Paulo. "Estamos orientando sobre a necessidade da mudança de sistema de produção", afirma Paulo Fernando de Brito, agrônomo da Defesa.
Os formulários para o cadastramento e todas as informações estão disponíveis no site da Defesa (www.defesaagropecuaria.sp.gov.br) ou no EDA da região onde se encontra o viveiro ou jardim clonal. A expectativa é que sejam cadastrados cerca de cem viveiros no Estado. Em Rio Preto, o EDA fica na rua Páscoa Vale, 266, bairro Maceno. Segundo Brito, a alteração no sistema produtivo visa ter uma produção com maior controle genético e sanitário, o que vai colaborar para o aumento da produtividade e para uma uniformização do seringal paulista. O Estado de São Paulo é o maior produtor de borracha natural, sendo responsável por 54% da produção nacional.
Ao comprar uma muda em que desconhece a origem da semente e da borbulha o produtor pode descobrir, sete anos depois, quando começar a sangrar, que a produção daquela planta é baixa. "Será feita a rastreabilidade dos produtos (sementes e borbulhas) utilizados na produção das mudas", explicou. A alteração do sistema ocorreu também em função da alta incidência de nematoides nas mudas de seringueira produzidas no sistema convencional. Um estudo da Coordenadoria apontou que 74% das amostras coletadas tinham sido atacadas pela praga. Além disso, a mortalidade das produzidas com substrato atinge 2% enquanto a das convencionais, 15%.
Embora sem dar estatísticas, Brito afirma que parte dos produtores já se preparou para a normativa, mas outra parte ainda vai ter dificuldades e um custo maior inicialmente, já que é preciso investir em infraestrutura como bancadas, cobertura, estufa, etc. Mas, depois disso, o retorno vem no valor da muda, que, em geral, é R$ 1,50 maior. Hoje, uma muda de bancada é vendida, em média, por R$ 6,50, enquanto uma de solo sai por R$ 4,50.
Fonte
Diário da web
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