Supermercado deixou de vender produtos orgânicos em Uberlândia (Foto: Reprodução/TV Integração)

Até o ano passado, segundo o Ministério da Agricultura, Uberlândia não tinha nenhum produtor orgânico certificado. Após a realização do 1º Seminário de Orgânicos em 2013, foi criado o primeiro grupo de Organismo de Controle Social (OCS) da cidade e a Associação dos Mandaleiros iniciou a comercialização de produtos na Feira da Agricultura Familiar. O mercado de produtos orgânicos cresce em média 30% ao ano no Brasil. Porém, a produção local ainda é insuficiente para atender à demanda do município e região.

A maquiadora Lúcia Ana da Silva, por exemplo, sempre procura produtos orgânicos para comprar, mas ultimamente não tem encontrado. “No momento não encontramos e faz falta um produto orgânico, sem agrotóxico”, disse.

Um supermercado de Uberlândia deixou de vender os produtos, que saíam de São Paulo e Brasília, pela dificuldade de acesso. “Paramos devido ao custo e à dificuldade de se comprar o produto. Tem casos de custar o dobro do produto normal”, afirmou o gerente Cleivon Guerra.

Em Uberlândia, nove produtores têm certificação do Ministério da Agricultura para produzir alimentos orgânicos. Uma das dificuldades no cultivo é a falta de qualificação de produtores e técnicos. Com o objetivo de mudar esse cenário, produtores rurais participaram da 2ª edição do Seminário de Orgânicos do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) e aprenderam técnicas para o plantio.

Produção orgânica em Uberlândia (Foto: Reprodução/TV Integração)
Seminário contribui com a qualificação de técnicos
e produtores (Foto: Reprodução/TV Integração)

“O alimento orgânico é livre do uso de agrotóxico, livre do uso de adubos químicos solúveis concentrados e também é livre do uso de sementes transgênicas”, informou o assessor de segurança alimentar Bruno Maia.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de Brasília é especializada na produção Orgânica. De acordo com o técnico agropecuário da Embrapa, Josimar Ribeiro do Couto, o custo maior nesse tipo de cultivo está relacionado à mão de obra. Porém, ele destaca que o valor agregado ao produto compensa.

“No convencional com poucas pessoas a produção é feita em 100, 200 hectares e o produto para ser produzido organicamente em cinco hectares tem que usar mais ou menos 20 pessoas. Então, isso se torna muito caro ainda. Comparando os produtos, um orgânico custa três, quatro vezes o valor de um produto convencional”, explicou Josimar Ribeiro.

A produtora rural Silva Gomes do Nascimento, que participou do seminário, pretende aplicar novos conhecimentos na produção de hortaliças. Ela trabalha com alimentos agroecológicos, que usam as técnicas orgânicas, mas ainda sem a certificação. “Estou buscando conhecimento”, ressaltou.

Fonte

G1

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