Desafio é incorporar aos sistemas de produção tecnologias que captam água também para produzir alimentos e plantas forrageiras |
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A cisterna já é tecnologia bem consolidada em programas que buscam dotar os domicílios nas áreas rurais do Semiárido com uma infraestrutura básica de armazenamento de água de chuva para garantir o consumo das famílias agricultoras nos períodos de seca. O desafio, agora, é incorporar, aos sistemas de produção de agricultores atendidos pelo Plano Brasil Sem Miséria (PBSM), tecnologias que captam essas mesmas águas, só que para produzir alimentos e plantas forrageiras. Na última semana, entre os dias 24 e 26, projeto com este objetivo foi discutido em Petrolina, PE, num treinamento que envolveu pesquisadores de nove Unidades da Embrapa, gestores do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e profissionais de empresas que prestam assistência técnica a agricultores atendidos por esse Plano em 14 Territórios da Cidadania, localizados no Semiárido. Estruturantes
Se ampliarmos o acesso a água, favoreceremos o fomento e a estruturação produtiva da propriedade. Se aliarmos isso a capacitações para a gestão da água daremos um passo importante para melhorar a produção de alimentos e a renda de famílias que hoje ainda se encontram muito vulneráveis socialmente, afirma Igor. O projeto elaborado no treinamento realizado na sede da Embrapa Semiárido integra esses vários aspectos. Segundo Suênia Cibeli Ramos de Almeida, supervisora de Articulação para Sistemas de Produção Familiar, do Departamento de Transferência de Tecnologia da Embrapa, a instituição de pesquisa precisou incorporar novos conceitos para atuar junto ao público atendido pelo PBSM, que é carente de recursos financeiros, técnicos e educacionais. Ao invés de agir com base na “oferta de tecnologias”, os pesquisadores e representantes das empresas contratadas para prestar assistência técnica estabeleceram, em conjunto com os agricultores, as demandas do território. Assim, é que alguns temas comuns a todos - criação de galinhas caipiras, manivas e sementes de mandioca e armazenamento de água de chuva para produção de alimentos – deixaram de ter abordagens a território específico e passaram a ser estruturados em todos eles. Diálogo
Desta forma, agricultores, técnicos, agentes de desenvolvimento e pesquisadores se mobilizam e criam processos locais de desenvolvimento. Esta articulação em forma de rede, tanto para fazer a inclusão tecnológica quanto para a troca de experiências e conhecimentos “faz as famílias em situação de extrema pobreza aumentar suas capacidades e oportunidades de produção segura e sustentável de alimentos e renda, para que produzam mais e melhor”, afirma. Igor considera “chave” a participação da Embrapa no Brasil Sem Miséria. A empresa de pesquisa é “fundamental” na multiplicação e irradiação de conhecimentos, e ainda na qualificação de uma assistência técnica e extensão rural (ATER) apropriada para o programa. Isto dará um grande impulso para que outros dois programas do MDS - Inclusão Produtiva Rural e Superação da Extrema Pobreza e Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais – alcancem maior efetividade. Do universo de 253 mil famílias a serem atendidas até 2014 pelo Plano Brasil Sem Miséria, a pretensão é fazer o programa de fomento alcançar cerca de 30 mil famílias que já possuem uma tecnologia social de acesso a água para produção. E estas 30 mil famílias, atendidas pela ATER, receberão ainda R$ 3 mil em recursos não reembolsáveis em parcelas e prazos a serem definidas pelo Grupo Gestor do Programa. Fonte Portal Dia de Campo |
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