Trabalhos abordam ergonomia e segurança de máquina agrícolas

Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp aprofunda trabalhos em uma área pouco estudada no Brasil

Aspectos relacionados à ergonomia e à segurança de equipamentos na área agrícola ainda são relativamente pouco estudados no país. Mas, na Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, Câmpus de Botucatu, a cada ano o tema se consolida como uma nova área de estudos a ser explorada.

Um dos primeiros trabalhos sobre o tema foi o livro 'Operação com Tratores Agrícolas', lançado em 2007 pelo professor Paulo Roberto Arbex Silva, do Departamento de Engenhari a Rural da FCA, juntamente com o então pós-graduando Leonardo de Almeida Monteiro, atualmente professor da Universidade Federal do Ceará. Na FCA também já aconteceram dois bem sucedidos workshops sobre prevenção de acidentes com máquinas nas áreas agrícola e florestal.

“O tema da ergonomia na área agrícola ainda é muito pouco estudado no Brasil, ao contrário do que ocorre no exterior”, analisa o professor Arbex. “Mas, nas palestras que faço e nos eventos que participo, noto que o interesse é muito grande, justamente pela carência de informações na área”.

Além dos eventos, a FCA começa a produzir trabalhos científicos que têm despertado bastante interesse nos eventos onde são apresentados. Um desses estudos é o Trabalho de Conclusão de Curso do aluno Luis Eduardo Stefanelli, coorientado pelo mestrando Anderson de Andrade Gomes, que analisa ruído, temperatura e umidade no posto do operação de tratores com cabine, sem cabine e só com capota. “Alguns dados preliminares que coletamos mostram que, em tratores sem cabine ou capota, as temperaturas podem chegar a 50 graus no posto do operador”.

Outro estudo, apresentado no Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola (Conbea), realizado em Fortaleza, em agosto de 2013 avaliou o nível de ruído de 14 máquinas agrícolas. Dentre as testadas, de diferentes marcas, potencias e anos de fabricação, apenas duas não ultrapassaram os 85 decibéis exigidos pela legislação para a 8 horas de operação. “É um resultado preocupante, pois grande parte dos operadores não gosta de usar o abafador de ruídos”, afirma o professor Arbex. “Agora são necessários mais estudos, mais dados e mais fiscalização, até para que a norma seja cumprida”.

A intenção é continuar nessa linha de trabalho e fortalecer essa área de pesquisa na FCA. Além de outros estudos sobre ruído e temperatura, também estão sendo preparados trabalhos sobre os impactos da vibração do trator e outros sobre questões variadas ligadas à ergonomia e segurança, em parceria com a professora Silvia Regina Lucas de Sousa, do Departamento de Engenharia Rural da FCA. “São estudos importantes, não apenas pela questão da segurança. Temos que ter em mente que o conforto do operador também pode se traduzir em produtividade”.

Aliado aos estudos, o professor Arbex pretende orientar operadores de máquinas agrícolas de Botucatu e região. “Uma das nossas atribuições é fazer a extensão universitária e disseminar esse conhecimento é fundamental para melhorar as condições de trabalho no campo”.

Fonte

Portal Dia de Campo

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